INQ1 Olhe, às vezes, faz-se também uma mistura de trigo e de milho, como é que lhe chama?
INF1 Fazem e de centeio.
INQ1 Quando fazem mistura de trigo e de milho, como é que chamam a essa farinha?
INF1 É u- É mistura. [pausa] Está traçado. [pausa] Traçaram o trigo com o milho, mas é mistura. Lá porque, visto [vocalização] O nome verdadeiro é mistura. Agora, traçar, traçam milho com trigo. No tempo da [vocalização] De 940 a 45, fizeram tanta traça nisso, tanta mistura, [pausa] em cevada, [pausa] trigo, [pausa] milho, [pausa] centeio.
INQ1 Pois.
INQ2 Olhe, então quando o senhor…
INF1 Voc– Vocês não conheceram isso.
INQ1 Não.
INQ2 Não.
INF1 Não conhece-. Ah, que não conheceram sei eu.
INQ1 Foi antes de eu nascer.
INF1 Que não conheceram sei eu.
INQ2 Eu ainda não era nascido, em 45, não era nascido.
INF1 1940 [pausa]
INQ1 Nem eu.
INF1 a 45, foi quando foi este escasseio.
INF2 Para apanhar duzentas e cinquenta de pão, tinha que ter uma senha. Duzentas e cinquenta para cada pessoa, tinha que ter uma senha.
INQ2 Pois.
INF2 Três, quatro pessoas, quatro pessoas faziam um quilo de pão e [vocalização], se fosse só um, levava só duzentas e cinquenta.
INF1 Ora, para um trabalhador, para ir trabalhar, levar duzentas e cinquenta de pão! E se ainda se fosse pão, [pausa] mas nem pão era!
INF2
INF1 Era uma morraça, [pausa] não valia nada. [pausa] Está bem, eu não o comi mas [pausa] vi muito.
INF2 Era uma farelada.