PVC25

Porto de Vacas, excerto 25

LocalidadePorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Cátia Carminda

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INQ1 Nunca havia assaltos pelas serras?

INF1 Não. Não, não, não nisso nunca nos [vocalização]

INQ1 Nunca houve problema?

INF1 Não havia assaltos.

INQ2 E ia, ia quê? Uma vez por mês à Covilhã, ou?

INF1 Ia Era conforme. Era conforme os que a gente ajuntava: se a gente então falava em juntar-se, era todos os sábados [vocalização] Todos os domingos havia praça, havia [vocalização] se vendia. Todos os domingos se vendia se a gente estivesse. Era: em tendo em tendo carrego para levar, a gente falava com as outras vizinhas que quisessem ir com a gente e [vocalização] e íamos.

INF2 Era numas cestas. As cestas

INQ2 Pois.

INF1 Ah, pois. Era uma cesta grande! E aquilo era cada carrego! Quanto maior quanto maior era o carrego, mai- mais dinheiro a gente fazia.

INQ1 Claro.

INF1 Mais dinheiro.

INQ2 Normalmente conseguia vender tudo?

INF1 Vendíamos tudo. Aquando não acabávamos de vender na praça, íamos às portas [pausa] acabar de vender. Íamos às [vocalização] portas, [vocalização] acabávamos de vender aquilo por um lado e por outro cada uma por onde podia.

INQ2 E esse caminho que disse que fazia passava pelo Fundão ou não chegava ao Fundão, ia por c-, mais por cima?

INF1 A gente não ia pelo Fundão.

INQ2 Ia mais por cima.

INF1 A gente era aqui [vocalização] por Silvares vossemecê também se calhar sabe.

INQ1 Silvares?

INQ2 Rhum-rhum.

INQ1 Sim, sei.

INF1 Sabe? Era por Silvares, Ourondo Ourondo, não; ele não íamos por Ourondo; [vocalização] engano-me; ele Ourondo é quando a gente vai no no carro. Ele íamos ao redor de Ourondo, íamos pelo Barco [vocalização]

INF2 De Silvares ao Barco?

INF1 [vocalização] Era pelo Barco, uma terra que chamam o Barco. E [vocalização], e E ali havia uma passagem, ali hav- havia umas passagens [vocalização] Ali o rio era assim assente

INQ1 Qual era o rio que passa ?

INF1 Era este.

INQ1 É este aqui? O Zêzere?

INF1 Era este rio, que que vem da Serra de Estrela. Este é o rio que vem da Serra de Estrela para ci- para baixo.

INF2 O rio Zêzere.

INF1 O rio Zêzere é o que nasce na na Serra de Estrela, mas vem ajuntando, ajuntando, ajuntando, muitas ribeiras e

INQ1 Pois.

INF1 e barrocos por baixo [vocalização], quanto mais para baixo é, mai- mais água leva. E [vocalização] E nós [vocalização] passávamos naquele naquele rio. Havia ali Aquando era no Verão, ele era ali umas, umas ali um tabuão chamamos uma que é de pinheiros assim , um tabuão muito largo, e e assim co- com uns vergueiros de, de, de chamamos nós dos que estão dos que estão à beira do rio, de de salgueiros, assim aqueles vergueiros a atar a as tábuas por baixo

INQ1 Os vergueiros é o quê?

INF1 Os vergueiros é [vocalização]

INQ1 Ah! Aqueles coisos para, que servem para atar?

INF1 [vocalização] Esses coisos que é que era para atar. Que eram aqueles vergueiros fortes, assim para atar, por cima da tábua. Mas havia muitas E eu hoje também não era capaz de passar. Se fosse hoje, da minha cabeça, não era capaz de de passar. Que ali no rio é assim muito assente, e e daí era muito largo! Metia a água, ia a água assim muito espalhada, era ele mais largo. E eu ia muito Levava [vocalização] Ia passar muitos carregos das outras, [pausa] porque havia muitas que não eram capazes de passar, que metia medo. Era mu- [vocalização] Aquilo por uma tábua! Ora a gente carregada e assim muito, e com aqueles vergueiros que tinha a atravessar por cima da tábua, a dar para empeçar com o e de a gente ir para o rio.

INQ1 Pois.

INF1 Que havia E chegavam a cair [vocalização] para o rio.

INQ1 Ai é?


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