R&D Unit funded by

STE01

Santo Espírito, excerto 1

LocalidadeSanto Espírito (Vila do Porto, Ponta Delgada)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Isaltina

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


INQ E na murta era com a água a ferver?

INF Era.

INQ Naquela

INF Metia-se a água fervendo na murta. Estava acolá aquele caldeiro da, do da água a ferver, tirava-se-lhe as folhas da murta para fora, botava-se aquela água num alguidar de apisoar muito grande! , e botava-se ali a, a co- a serguilha. Depois estava ali de molho ali uns dias. Dois dias, ou um dia ou dois, era assim. E depois ia-se ao lameiro, botava-se aquilo num num remendo para se então fazer a, ti- untar toda, toda, toda, para ficar ali.

INQ Mas como é que se apisoava?

INF Apisoar era antes de tingir. É depois de tirar do tear, num alguidar muito grande, de barro, muito largo, muito largo! Era então homens é que eles apisoavam! Com água quente, bem quente, ia-se botando na serguilha e estão dois homens assim, assim de joelhos.

INQ Rhum-rhum.

INF Assim, [vocalização] batia-se, batiam, batiam, para ela ficar ali muito tapada, muito dura, muito dura!

INQ Com as mãos?

INF Aquela fazia como, como como um pelozinho. [pausa] Com as mãos, apisoavam muito tempo, muito tempo.

INQ Rhum-rhum.

INF E depois disso então que era para para ir para murta, para riba da murta, para tingir.

INQ Pois, pois.

INF Depois de tingida, então lavava-se, ficava pronta.

INQ Ficava pronta.

INF Eu lembra-me a minha mãe fazer isso.


Download XMLDownload textWaveform viewSentence view