STJ05

Santa Justa, excerto 5

LocalidadeSanta Justa (Coruche, Santarém)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Dalila

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INQ1 E não faz nada

INF Fazemos pés de coentrada.

INQ1 Como?

INF Pés de coentrada.

INQ2 Pés de coentrada.

INQ1 Ah! É os pezinhos mesmo, não é?

INF É os pés. Porque os

INQ1 Assim Mas não põe nada ao fumeiro?

INF Não. A gente não faz, aqui não aqui não se usa o presunto.

INQ1 Ai não?

INF Não. Nem sei. A gente, os pés, partia

INQ1 Aproveita os pés?

INF Os pés, cortam-se logo aqui assim, à ponta do porco assim; e depois é assim uns chispes; depois, os pezinhos, metemos no sal. Eu é no sal muita gente que é nas arcas, mas a gente é no sal. Depois partimos assim aos bocadinhos, aos bocadinhos Se é muita gente, põe-se mais pés; se é pouca gente, põe-se pouco um ou dois, não é? Depois coze-se ali com uma pinguinha de água e um bocadinho de linguiça e uma cebolinha. [pausa] Depois tira-se, [pausa] em estando cozido, põe-se ali um coisinho de banha num tachinho de barro no lume no lume, no chão.

INQ1 Pois. Assim é que é bom.

INF Num tachinho de barro, põe-se um bocadinho de cebola picada, põe-se um raminho de coentros, [pausa] põe-se o do porco e a linguicinha que está ali para dentro daquele tempero, e um coisinho de vinagre. Deixa-se dar ali uma fervura. Está ali a lo- a sopa de pão caseiro toda migada dentro duma travessa, [pausa] despeja-se aquilo para dentro, é comer e chamar por mais!

INQ1 Pois.

INF Vejam o comer que eu sei fazer, que, que a gente que eu me avezei, porque me davam na minha casa e na casa da minha mãe.


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