INF E depois vamos então à malha. Estendem então o pão, [pausa] como que é umas camazinha.
INQ Rhum-rhum.
INF Ao fundo a eira tem assim um bocadinho de bordo para o pão não sair fora, em caso de coiso. O pão, depois, começam-lhe a bater, vai correndo, e depois põem-lhe… Cortam um pinheiro e põem-no aqui ao fundo para não fugir, de cima da tora. Se é com oito, quatro dalém e quatro daqui. Os quatro que além estão, vêm malhar aqui aos meus pés. [pausa] Os quatro dalém malham aqui. Os daqui vão malhar quase aos pés dos dalém. Mas é preciso atenção.
INQ Claro.
INF Que ele às vezes abriam a cabeça. Quem sabia mal, às vezes descontrolava-se e…
INQ Pois. Ah, sim, porque aquilo é com uma força!
INF Quatro Os daqui malhavam além e os dalém malhavam aqui. Mas a força já era muita, já então podia deixar o pão mais um bocadinho mais basto.
INQ Pois.
INF Porque a força já era muita.
INQ Rhum-rhum.
INF À noite, depois de malhado, [pausa] atavam a palha, faziam molhos, ia para o lado; o que crescesse, aquelas coisas, miudezas da espiga e tal,
INQ Rhum-rhum.
INF ia para o monte, ia para fora. E depois [vocalização] sempre lá aparecíamos… Nesse tempo, quando era à tarde, sempre há um bocadinho de vento, então com uma pá estendiam o fato, [pausa] com uma pá de madeira, aventavam daqui o pão ao ar…
INQ O que é o fato?
INF Um toldo.
INQ Ah!
INF Um toldo.
INQ Pois, pois!
INF Toldes grandes.
INQ Para aventar. Para, para erguer.
INF Para lá cair o pão.
INQ Rhum-rhum.
INF Estendiam ali uns toldos depois… Depois, por exemplo, [vocalização] um espaço como esta sala, estendiam os toldos, todo o fato que tinham, para aventarem o pão ao ar, [vocalização] o ventinho levava a porcaria fora, [pausa]
INQ Rhum-rhum.
INF e o pão caía limpinho. À noite, se se dava o caso de não haver vento, [pausa] metiam-no em sacos. Não havendo vento, não podem limpar. [pausa] Se não havia vento – que às vezes dava-se isso –, metiam-no em sacos e ficava ali num monte na eira e ficava lá um homem a guardar.