INQ Portanto, eu chamava o matador e digo: "Olhe, diga-me todo o trabalho que se tem que fazer com o porco", por aí adiante.
INF1 Ah, eu nunca matei nenhum!
INQ Não, a senhora não matou, mas depois de ele estar morto sabia o que é que se faz a ele, não é?
INF2 Pois.
INF1 Estran- É todo estran- estrançado aos pedaços.
INF2 Primeira coisa é queimar. A primeira coisa é chamuscados. Chamuscar.
INQ Diga?
INF1 Era chamuscados, pois é.
INF2 Dantes era com era com bicos, com os tais bicos que a gente disse, dos pinheiros.
INQ Sim.
INF2 Ou com palha de arroz [pausa] também dava. Agora tem o [vocalização]… Agora é tudo é com com o maçarico.
INF1 Com o maçarico.
INQ Exacto, sim, é diferente.
INF2 É, é. Mas antes era com com bicos dos pinheiros, ou então com palha de arroz seca. Queimava-se aquilo logo. Depois era bem raspado com umas navalhas. Raspavam aquilo bem raspado. Depois então, depois de isso tudo já bem lavadinho… Lavava tudo bem lavadinho, depois vão pendurar-se, são abertos, são pendurados. Eles tiravam Extraem o respectivo sangue para para fazer as chouriças, as morcelas e essa coisa. Depois então, agora já vão para as arcas, antigamente iam para as salgadeiras. Era cortado, e depois atam os presuntos, que era para pendurar. Depois eram tratados, ao fim de oito dias é que eram tratados. Estavam um mês ao ar e a outra carne ia para as salgadeiras. Botava-se-lhes sal e tudo, ia-se comendo daí. Agora têm as arcas, que agora, pronto, tudo quer tudo fresquinho.
INF1 Agora nem sabe a nada!
INQ Sim senhor.