INF Então, antigamente, cortava-se à maneira que as mulheres queriam, pronto.
INQ Pois.
INF Era à maneira dos de pobre. Às vezes, em [vocalização] em vez de ser maior, ser mais tudo pequenino, tudo para o mais pequenino, cortado.
INQ Pois.
INF E aproveitavam muito as carnes então era para o chouriço de sangue, porque o chouriço de sangue ia durar muito tempo, porque o chouriço de sangue ia para o fumeiro, era curado, e depois metiam-no em azeite caseiro, em latas, de folha, era [vocalização] acamados ali dentro das latas e le- e era coberto de azeite e depois dali é que se comia, ou cru, ou feito com ovos, ou para a panela – para temperar uma panela –, ali é que havia chouriço para seis, sete meses, um ano, se fosse preciso, que não se estragava.
INQ Rhum-rhum.
INF E o chouriço curado tinha que ser comido dentro dali de dois meses ou três senão estragava-se.
INQ Pois.
INF Porque, tirando no fumeiro, começavam a ganhar bolor.
INQ1 Pois.
INQ2 Havia o chouriço de sangue e havia o outro de carne, que era os…
INF O outro era o de sangue do porco também. E esse era curado… Esse só agora é que dura mais por causa de que vai para a arca, não é?
INQ Pois.
INF Esse quando não fosse para a arca, estava no fumeiro até se comer todos. Tinha que ser comido naqueles dois meses, ou coisa assim, porque senão ganhava ranço.