INF E depois, com a pá, bota-se as uvas. Lá correm.
INQ1 Mas aquele sítio fechado onde as uvas se deitavam é o lagar?
INF É o lagar.
INQ1 Que é um tanque, uma espécie de um tanque.
INF Ah. Pois, isso é o lagar. Depois tem, donde sai o vinho, tem a lagareta, que é onde [vocalização] para onde esse vinho, para onde se depois colhe, assim…
INQ1 Mas como é que o pisava, era com os pés?
INF Era É com os pés. Não, agora temos as esmagadeiras também. Também já há as esmagadeiras. Mas Mas depois trabalha-se com [pausa] com…
INQ1 Com os pés. E aquilo ficava lá alguns dias dentro do lagar, não era?
INF Pois, agora aquilo, comparação: a gente mete a vinho, [pausa] depois tem que tem que lhe dar o tempo de ferver. Ele ferveu, [pausa] puxa o bagaço todo. Depois dá-se-lhe trabalho. Começa-se a trabalhar, anda-se lá a primeira noite. Sim, ou [vocalização] ou de dia, vá lá, [vocalização] sei lá, quatro ou cinco horas. Depois deixa-se ferver; enquanto se não ferver, não se me- a gente não torna lá a entrar. Depois ele ferveu, levantou tudo todo para cima; então a gente depois dá-lhe o trabalho que puder. Quanto mais trabalho puder [pausa] lhe dar, [pausa] com os pés, ou com um com um engaço ou ou como acá [pausa] que se faça – já tenho feito, para diversos. Para não estar doente dentro, a gente põe um [vocalização] travessão no lagar e depois [pausa] trabalha o vinho. Depois, têm-no lá [vocalização] até que ele dê a prova.
INQ1 Não havia uma coisa…
INF Ele Ele começa [vocalização], quando se está a fazer, começa aí com [pausa] dez, onze graus ou doze, conforme o peso que ele tem de doçura. Depois começa a azedar, só quando ele estiver para aí a [vocalização] a seis, a cinco, seis, cinco, a gente aí começa a envasilhar. Quan–
INQ2 E fica esse tempo todo no lugar? Quantos dias, no máximo?
INF Fica. Bom, AB|po– às vezes pode só [pausa] estar dois dias. Mas também pode estar três ou quatro. Ele tem que dar a prova. Bem, há muitos que o vindimam que o [pausa] que o metem para as pipas até de sete graus. Mas eu não gosto. Eu, eu gosto de o meter azedo. Eu, cá no quando o meu vinho, quando entra para o lagar está sempre a cinco, quando acaba do lagar está para aí a um ou dois, só. Primeiro, a gente [pausa] metia-o assim cedo e [vocalização] ficava assim, parece que adocicado, [pausa] e o vinho nunca se aguentava. E o vinho quer entrar, para ele ficar bom e coiso.