INQ1 Lontra? Nunca ouviu falar numa lontra? Não?
INF Já se tem ouvisto falar, mas só ass- só assim ribeiros muito…
INQ2 Aqui não havia?
INF Nos nossos ribeiros não há isto.
INQ1 Pronto.
INF Porque não há água para, para para este animal se esconder.
INQ2 Suficiente.
INQ1 Pois.
INF No nosso ribeiro… A gente tem ouvisto falar em lontra. No rio já os há. Nesses rios grandes.
INQ1 Qual rio? Ali no … já há?
INQ2 Hum!
INF É natural que há, porque isto isto…
INQ1 Mas o senhor já o viu?
INF Não, não.
INQ1 Ah!
INF Eu ouço falar.
INQ1 Falar.
INF Eu ouço falar; agora, eu, ver, não a vi.
INQ1 Sim senhor.
INF Agora ouço falar que há lontra, agora…
INQ1 E a papalva já viu?
INF Papalva já.
INQ1 Tem uma pele boa?
INF Uma pele muito linda!
INQ1 Duzentos e dezanove!
INF Aquilo se puderem agarrar, dão muito dinheiro por essa pele.
INQ2 Pois.
INF Porque não é assim…
INQ1 Sim senhor.
INF É É difícil agarrá-las, vá. É muito difícil. Isso só matando-as com, com com uma arma. Quando se virem, matá-las só com uma arma, porque apanhá-las, sobem para as árvores. E assim uma ocasião, até julgava [pausa] que os cães que a apanhavam: estava em cima duma árvore e os cães debaixo, eu disse: "Bem, em descendo [pausa] em descendo para baixo, os cães agarram". E eu tentei botá-la abaixo a ver se os cães a agarravam, mas atirou um pulo tão grande para outra árvore, assim por o ar, meteu-se lá num buraco, pronto! E eu a contar que: "Bem, vens para baixo e os cães agarram-te"! Tive Tive muita pena dela, que aquilo era mesmo linda, linda, linda! Lá se meteu, lá se salvou!
INQ2 Pois.
INF É verdade.