INQ1 Os cântaros e isso assim, onde é que, onde é que os fazia?
INF Então, a gente, nós tínhamos, tínhamos uma tínhamos uma ferramenta que era fixada – não era? –, era fixada aí. Por acaso até era aqui, olhe, aqui onde está [vocalização] aqui… Não é bem onde está aqui mas é aí onde está onde eu tenho aí essa garagem.
INQ1 Rhum-rhum.
INF Tenho uma partezita aí de escritório. [vocalização] Nós tínhamos aqui uma uma casa assim comprida uma – que depois eu até demoli quando foi para fazer isto; estava assim já muito velho e eu demoli-o. E E então tínhamos fixado [vocalização] uma, uma uma ferramenta que nós lhe chamamos a roda de oleiro. Era, era Era fixada ali num- numa bancada – nós tínhamos uma bancada comprida –, era ali fixada, e por baixo levava um cepo grande. No cepo levava uma chapa assim mais ou menos deste tamanho em ferro; e essa chapa tinha [vocalização] uns um buraquinho onde trabalhava o eixo da da roda – onde trabalhava o eixo da roda. [vocalização] E depois nós trabalhávamos naquela roda, que é com a tal coisa. [vocalização] Até já têm visto aí…
INQ1 Rhum-rhum.
INF Na televisão, às vezes, já te- ainda dá. Ainda há zonas que ainda trabalham e até já tem dado. [vocalização] Trabalhávamos aí: cada um tínhamos duas rodas – o meu irmão trabalhava com uma e eu com outra. [pausa] E aquilo…
INQ2 E o barro, o barro daqui, para chegar aqui à olaria vinha donde? Como é que tiravam?
INF [vocalização] Isso era uma propriedade que há aqui perto. [pausa] E [vocalização] E então isso é duns duns senhores ali de Mora, dum, dum dum médico e dum outro cunhado – o cunhado agora até já morreu, mas o médico ainda é vivo. E então estava ali um um senhor que era de Brotas, que era ali o feitor deles, mas era uma pessoa aqui amiga, e então a gente [vocalização] falávamos com eles para para lhe comprar o barro.
INQ2 Rhum-rhum.
INF Mas eles até nem… Lá isso foram sempre bons para a gente! Nunca levaram dinheiro. Deixavam tirar à vontade e nunca levaram dinheiro.