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Montes Velhos, excerto 13

LocationMontes Velhos (Aljustrel, Beja)
SubjectOs animais bravios
Informant(s) Herodiano
SurveyALEPG
Survey year1983
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -

[1]
INF [vocalização] Vivem naquelas tocas aí na ribeira [pausa] – ou árvores mesmo.
[2]
INF Fazem-na ali [vocalização] debaixo da terra.
[3]
INF A gen- Pois, pois tem.
[4]
Esses sítios onde eles fazem a criação [vocalização], pois chamam coelheiras.
[5]
Chamam coelheiras a isso onde os bichos criam.
[6]
Aí os bichos bravos fazem um buraco na terra e ao fundo fazem um recocão mais coiso e criam lá.
[7]
Pois.
[8]
Quando se encontra às vezes isso…
[9]
Noutro tempo, encontrava-se às vezes esses buracos
[10]
e um gajo com um coiso cavava,
[11]
cavava até chegar lá ao fundo, até chegar lá à coelheira.
[12]
Às vezes, dizia-se, tinham lá meia dúzia de coelhos, pequenos ou [vocalização] ou já grandinhos.
[13]
INF Acho que a lebre que é um bicho que deve que cria aí também num recocão qualquer mas não é não por buraco.
[14]
A lebre não faz cá buraco na terra.
[15]
A lebre, pois, deve ter [vocalização] – ou por meio de pastos, ou de de qualquer coisa – onde faz a [vocalização] cria.
[16]
Mas, eu não acho que…
[17]
Nunca conheci isso [vocalização], quem [vocalização] venha dizer que se faz que faz um buraco como o coelho.
[18]
O coelho faz buraco para criar, agora a lebre não.
[19]
A lebre, pois, deve acarear uns pastos, uma coisa qualquer e deve arranjar um esconderijo onde cria.
[20]
Porque a lebre até cria pouco.
[21]
A lebre Uma lebre, ele parece que aquilo duas duas crias, três, duas, três, é o que cria, e o coelho não.
[22]
E o coelho não.
[23]
O coelho [vocalização] Há coelhas que têm oito e dez [pausa] coelhos.
[24]
E a lebre não:
[25]
duas, três, duas, três.
[26]
Mas não faz buraco.

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