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Alcochete, excerto 1

LocalidadeAlcochete (Alcochete, Setúbal)
AssuntoA agricultura
Informante(s) Anselmo

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[1]
INF Setenta e oito.
[2]
INF Setenta e oito.
[3]
INF Então, aquilo, [pausa] quando está o restolho, [pausa] a gente [verbo], a primeira vez,
[4]
ou passa com
[5]
Bem, eles agora Dantes, como era antigamente, era com uma grade, atrás dum animal uma grade de ferro, com uns dentes.
[6]
INF Antigamente, antigamente.
[7]
Agora é que os maquinismos.
[8]
Que agora, se quiser [pausa] saber como era antigamente, é isso;
[9]
se quiser saber agora o moderno, é outro.
[10]
INF O antigo.
[11]
INF Pois.
[12]
[vocalização] A gente, antigamente, [pausa] tinha tinha-se essa terra toda de restolho.
[13]
Mas queria-se fazer a seara
[14]
e para se alimpar, [pausa] gradava-se aquilo tudo com com uma grade atrás dum animal.
[15]
Depois fazia-se montes
[16]
e largava-se fogo.
[17]
[pausa] E depois lavrava-se a terra.
[18]
Lavrava-se a terra
[19]
e [vocalização] e depois de estar lavrada, punha-se o adubo.
[20]
[pausa] Depois punha-se a semente.
[21]
INF Então, dividia-se aos cortes.
[22]
Fazia-se Fazia-se um corte agora;
[23]
depois ia-se,
[24]
fazia-se outro corte amanhã
[25]
[pausa] Assim é que era.
[26]
INF Fazia-se um [vocalização] Chamava-se um corte.
[27]
Punha-se este corte daqui, outro corte dali.
[28]
INF E agora quando é, agora a gente assim
[29]
Olhe, isto aqui:
[30]
ali é uma courela,
[31]
aqui é outra;
[32]
[vocalização] e [vocalização] e isto aqui é um corte é um cortezito de de ervilhas.
[33]
INF Pronto.
[34]
Ali, é uma leira de cebolo,
[35]
é uma leira de alhos,
[36]
é [vocalização] duas leiras de morangos
[37]
e é outra de cebolo.
[38]
INF Isto era tudo em courelas.
[39]
INF Courelas é cada
[40]
É assim.
[41]
É assim.
[42]
Dividido cada qual, uma, duas, três, quatro, cinco.
[43]
INF É, É A gente põe um nome põe mal o nome a uma courela
[44]
e põe o mesmo nome a uma leira.
[45]
INF É a mesma coisa.
[46]
[vocalização] É a mesma coisa.
[47]
INF Pois.
[48]
Não senhor.
[49]
INF Põe-se aqui um [vocalização]
[50]
Dizia assim: "Está ali aquele bocado aquele bocado de cevada,
[51]
está aquele bocado de trigo"
[52]
INF Pois.
[53]
INF Não.
[54]
E quem chame também folhas.
[55]
E quem E: "Está aqui este bocado de cebolo".
[56]
Está A gente era sempre assim.
[57]
Antigamente era assim.
[58]
"Vou semear um bocado disto.
[59]
Vou semear um bocado daquilo".
[60]
Os velhos, antigamente, era assim.
[61]
Agora aplicam outros nomes.
[62]
[vocalização] É um corte.
[63]
"Agora, olha, faz um corte".
[64]
" [vocalização] Ah, vou fazer um corte disto;
[65]
vou fazer um corte daquilo".
[66]
É.
[67]
INF Então é a partilha.
[68]
[pausa] É a partilha.
[69]
Mete-se Mete-se a aberta a aberta de partilha [pausa] ao correr:
[70]
esta parte é do outro,
[71]
esta parte é minha.
[72]
INF É isto, olhe.
[73]
[pausa] Por exemplo, olhe, o que está aqui é meu;
[74]
isto que está aqui era do outro.
[75]
Leva aqui um marco
[76]
e leva aqui outro.
[77]
INF Esses é feitos em cimento
[78]
e depois leva o nome da pessoa, em cima.
[79]
INF Não, não.
[80]
Põe-se liso.
[81]
quem, [vocalização] Sabe o que é que fazem?
[82]
quem ponha é aferregado com cimento.
[83]
[pausa] quem esteja feito,
[84]
enterram com cimento
[85]
e depois está ali pregado, pronto!
[86]
INF Isso é terrenos baldios.
[87]
INF Não é
[88]
INF Ficou, ficou Ficou de folga.
[89]
Ficou de folga.
[90]
INF Pode estar um ano .
[91]
INF Depois pode-se semear favas,
[92]
pode-se semear ervilhas,
[93]
pode-se semear [vocalização] batatas se ela for boa para batatas, porque nem to- nem todas as terras semeia-se batatas.
[94]
INF Aqui semeia-se muita cenouras, [pausa] cebolo.
[95]
[pausa] Semeia-se também muita ervilha.
[96]
INF Trigo é é que se semeou aqui muito,
[97]
mas agora é pouco.
[98]
Está um um celeiro [pausa] à borda da estr-, da do mar, ao duma escola
[99]
Enchia-se esse celeiro e mais outro aqui ao d- da estátua do Dom Manuel I
[100]
Está ali aquele prédio daqui deste lado,

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