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Covo, excerto 24
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INF1 Olhe, eu uma vez fui à à coisa fui à [vocalização] .
Então, ele comprava-se ovelhas.
Íamos ele ali ao Castro de Aire [pausa] –
não sei se as senhoras sabe o que são?
INF1 A [vocalização] A Castro
de Aire e eu fui mais o Asdrúbal a [vocalização] comprar…
As senhoras não o conhecem
mas a gente aqui conhece.
INF1 Fomos lá comprar ovelhas.
Eu Ele não tinha nenhumas
e fui lá comprar umas ovelhas.
Fui lá comprar umas ovelhas a mais ele
ch- viemos ficar a Reiriz.
Ele pediu o [nome] para guardar o gado;
trazíamos algumas cinquenta reses,
Diz ele assim: "E agora"?
O outro para mim: "E agora"?
Diz ele: "Ó senhor, ai" –
diz ele – "ele não há u- uma corte" – aqui é um curral; noutro lado é umas cortes é um – "para meter o gado"?
Mas a gente duvidou duns gajos que lá estavam.
INF1 E Que eles era a conversar uns com os outros, e a conversar e a tudo…
INF2 Que às vezes podiam roubar o gado de noite.
INF1 Até podiam nos roubar o gado.
E era muito dinheiro que a gente trazia.
INF1 E depois fomos lá ficar [pausa] ao curral onde ficou o gado.
Olhe, comemos aí às para aí às duas horas da tarde
e só comemos ao outro dia [pausa] para aí às dez horas do dia, ou onze horas.
INF1 À Macieira, à Macieira.
INF1 Ali abaixo do São Macário.
INF1 Ali àquele à povoação.
Mas encontra-se gente boa.
eu já não podia caminhar.
Eu já não podia caminhar com a fome!
E depois, chegamos lá, à noite,
já eram ele [vocalização] já umas dez horas da noite,
Eu vinha com uma febre, com uma dor de cabeça e febre, pronto!
[vocalização] Vinha doente, pronto!
Depois digo eu assim para ele:"Olha, ficamos em qualquer sítio;
eu já eu não caminho mais".
fomos lá bater à porta duma pessoa, dum homem,
e ele disse: "Olhe, é que eu estou casado há pouco;
não tenho roupas para vos deitar.
Olhe, a responsabilidade do gado eu tomo,
que eu meto-o onde está o meu.
Mas eu não tenho roupas para vos deitar".
INF2 Nalgum tempo havia miséria!
INF1 Diz ele assim: "Olhe" – o lá o meu companheiro –, "olhe, você fica com quinhentos escudos
e empresta-nos quatro cobertores, quatro" –
[vocalização] a gente é mantas, daquelas de de lã…
INF1 " [vocalização] Empresta-nos quatro mantas
que o meu companheiro vem doente
e eu e você veja lá se sabe"…
Diz ele assim: "Olhe, eu não posso
O homem, o rapaz depositou quatro contos
Como fossem eles duvidar de a gente fugir com a roupa.
INF1 Isto, ele há coisas há coisas…
diz assim: "O senhor não não tinha aí nada para se comer"?
"Então,olhe, faça-nos aí [vocalização] ferver um bocadito de água e pôr-lhe açúcar" [pausa] –
porque eu era para eu beber.
INF1 Lá passei aquela noite assim…
Olhe que há quase dois dias sem comer.
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