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Covo, excerto 40

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Arquibaldo

Text: -


[1]
INF Num tempo, você, as senhoras, [vocalização] a gente quando criou, de dez pessoas arranjava vinte.
[2]
INF Hoje quer cinco,
[3]
não arranja duas.
[4]
INF Ah!
[5]
Porque eu ainda tenho tido uma sorte muito grande,
[6]
porque eu faço o seguinte:
[7]
[vocalização] olhe, aqui na Castanheira, em Gestoso, na Agualva, na Lomba, vêm com as vacas ao touro,
[8]
e eu àqueles que me ajudam ajudem não levo nada.
[9]
INF Àqueles que me ajudam ajudem não levo nada!
[10]
INF Que me ajudam!
[11]
Que me ajudam a trabalhar,
[12]
eu não lhe levo nada!
[13]
INF Vêm outros que querem:
[14]
"Olha, eu precisava de um alqueire de centeio".
[15]
Eu dou-lho dado.
[16]
"Eu precisava de lhe pedir um alqueire de milho".
[17]
Eu dou-lho dado.
[18]
"Eu precisava de vinho".
[19]
Eu dou-lho dado.
[20]
Ora bem, aquela gente recompensa
[21]
e diz assim: "Bom [vocalização], fulano precisa,
[22]
temos que ir ajudá-lo".
[23]
E vêm-me dar.
[24]
Quer dizer, eu pago sem sentir.
[25]
INF Em dinheiro corrente, quase nunca pago.
[26]
Nunca pago!
[27]
INF Nunca pago.
[28]
Porque depois vêm-me ajudar
[29]
mas é gente mais pobre
[30]
Ele uns precisam de milho,
[31]
outros precisam de centeio,
[32]
outros precisam de vinho
[33]
[pausa] e eu, tenho de sobra,
[34]
INF dou.
[35]
INF Eles vêm.

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