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Enxara do Bispo, excerto 7

LocalidadeEnxara do Bispo (Mafra, Lisboa)
AssuntoA criação de gado
Informante(s) Borromeu

Text: -


[1]
INF As pessoas agora não têm consciência.
[2]
Comia-se um porco
[3]
Criava-se um porco dentro duma corte,
[4]
punha-se-lhe um arganel de de arame no focinho para ele não
[5]
Que era cortes de terra.
[6]
E [vocalização] E se dava umas abóboras,
[7]
dava-se-lhe umas cascas de batata, que eles nem batatas tinham ordem de comer.
[8]
INF Eram umas ervas do jerro que se apanhavam nas bordas.
[9]
É a bolota,
[10]
pelo tempo da bolota, que eu não não
[11]
Eu não sou de .
[12]
Eu estou aqui
[13]
INF Estou aqui quarenta e sete anos
[14]
INF Sou daqui perto.
[15]
INF Sou de Pêro Negro.
[16]
Conhece Pêro Negro?
[17]
INF É [vocalização] a cinco quilómetros, se tanto.
[18]
INF Mas havi- ali uns grandes matos largos onde a gente vivia
[19]
e havia muita bolota carvalheira.
[20]
INF E a gente andava sempre à bolota.
[21]
Com o vento, a bolota caía
[22]
e a gente aproveitava todos os dias a bolota para dar aos porcos.
[23]
INF E cri- E levava um ano a criar um porco!
[24]
INF E era a carne,
[25]
o toucinho era cozido com o feijão
[26]
[vocalização] A minha mãe, quando a gente ia espreitar, estava a cozer com com o feijão,
[27]
o toucinho estava no fundo.
[28]
O toucinho agora a cozer está no ao cimo.
[29]
INF Parece algodão em rama.

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