Representação em frases
Gião, excerto 17
Texto: -
Porque a sementeira do trigo era uma sementeira com [pausa] uma mão de obra bastante reduzida.
[pausa] Era por isso que se fazia no Inverno.
[vocalização] Era feita Aqui na nossa zona, normalmente, era feita fim do ano, princípio do ano, ali à volta.
INF1 Ainda agora há quem semeie o trigo.
Aqui agora quase ninguém semeia trigo.
[pausa] A sementeira do milho, [pausa] essa é então:
era primeiro [pausa] vessada a terra.
Chamava-se vessar porque era com uma charrua então grande, essa puxada a quatro bois.
INF1 Porque era no tempo do gado…
Era no tempo que hav- ainda não havia tractores.
Pois, os tractores são muito recentes.
Eu fui o primeiro homem aqui de Gião a ter tractor.
Quando o Crisóstomo comprou [pausa] o dele, eu já troquei o meu primeiro.
[pausa] E já tive uns poucos.
Mas naquele tempo era com o gado.
O gado normalmente era, pelo menos, duas juntas de bois, que todas as casas tinham, mais ou menos, preparados e adequados para fazerem vessadas, que se tratava do [vocalização] da época de mais extenso trabalho que a lavoura tinha.
Era semear e depois colher, depois do São Miguel.
Mas o São Miguel já não se relacionava tanto com o gado.
Portanto, nessa altura, quando se pensava, ou quando se chegava a Março que a gente pensava em fazer a cultura do milho, todas as casas se preparavam com…
Por exemplo, nós aqui tínhamos sempre quatro bois para vessar e uma parelha mais nova que ajudava.
Por vezes, até ia ajudar a vessar quando os campos eram compridos.
Botavam-se até os seis, até para os novos poderem, por exemplo, ir ir fazer o cachaço.
INF1 A senhora não sabe o que é isso?
É como nas mãos fazer calos.
INF1 É que enquanto não estavam habituados a trabalhar, os animais sentem-se doridos no cachaço.
[pausa] Depois de ganhar calo e estar habituados a trabalhar, costumava-se dizer:
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