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Gião, excerto 27
Text: -
INF1 Para milhos, põe-se sempre a terra melhor,
porque é uma cultura funda,
porque é uma cultura rica.
Para centeio, não sei se a senhora sabe disso,
porque centeio chama-se pão-macho.
Já ouviu falar nalguma vez nisso?
INF2 É semeado debaixo, não é?
INF1 Então a senhora pode tomar nota que sempre que se trate [pausa] de centeio, aveia, trigo, toda essa cultura que é feita…
INF1 Aveia, que é feita, chama-se pão-macho.
E que é próprio para as terras fracas, para as terras mais pobres.
o trigo é muito primo do centeio.
INF1 É muito primo do centeio.
Tudo isso chama-se pão-macho.
E esse é é, é, é posto nas terras mais fracas sempre.
INF1 É porque isso – sabe, minha senhora? – é uma cultura que nem pode ser muito adubada.
INF1 Porque se for muito adubada, cai;
A aveia até se vê em qualquer valozinho.
Aí há também um contra-senso nisso.
INF1 e algumas permitem estar dois ou três anos, as nossas terras não se pode fazer isso,
porque elas enchem-se logo de braveza.
Enchem-se logo de braveza!
As nossas terras quanto mais cultivadas…
Até as nossas terras devem ter duas culturas por ano:
[pausa] que é [pausa] o milho ou o trigo e a erva.
Sempre, sempre cultivadas.
INF1 Porque depois semeia-se-lhe a erva, que é o azevém,
e que o azevém não deixa vir a grama brava nem as ervas bravas.
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