Representação em frases

Gião, excerto 34

LocalidadeGião (Vila do Conde, Porto)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Cosme Cunegundes

Texto: -


[1]
INF1 Espantalhos.
[2]
INF1 Espantalhos.
[3]
Esses espantalhos põem-se é nas figueiras.
[4]
INF1 É nas figueiras e n- e realmente nas árvores, e tal.
[5]
INF1 No
[6]
trigo costuma pôr-se [pausa] costumava pôr-se mas era uma palma benzida, uma folha de palma benzida.
[7]
INF2 Era.
[8]
INF2 Palmeira.
[9]
Uma palma grande.
[10]
Trazia-se [vocalização] as palmas maiores que pudesse
[11]
que era para ele crescer.
[12]
Quanto maior
[13]
Que era para para crescer.
[14]
INF1 A palma [pausa] Pois.
[15]
A palma que se ia benzer no dia de Ramos, [pausa] na sessão de Ramos, tinha duas coisas por finalidade.
[16]
INF2 No dia de Ramos.
[17]
INF1 Uma era pôr uma palma no trigo em casa punha-se sempre, no tempo da minha mãe ,
[18]
[pausa] e outra era guardar também um bocado duma palma para, quando viesse trovoada, queimar.
[19]
INF2 Nós também.
[20]
Também se punha.
[21]
Trovoada.
[22]
Era, era.
[23]
INF2 Não, não.
[24]
INF1 Não!
[25]
Não.
[26]
Para isso, era um espanta- um, um.
[27]
INF1 Um espantalho.
[28]
INF2 A palma era para
[29]
INF1 Como era o espantalho?
[30]
INF2 Para crescer.
[31]
INF1 A palma no trigo era para abençoar o trigo.
[32]
INF2 E para crescer.
[33]
E também na altura da praga, também.
[34]
INF1 Para crescer?!
[35]
INF2 Para ser uma, uma Para dar uma palma alta.

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