Representação em frases
Granjal, excerto 53
Texto: -
INF1 E no pão, olhe, governava quatro fanegas.
A senhora sabe o que é uma fanega?
INF1 É a rasa quatro vezes cheia.
INF1 Governava quatro vezes.
doze e quatro, dezasseis alqueires que eu governava por dia.
[pausa] Governava para levar para Moimenta, para levar para…
INF3 Chegavam eles com os plásticos…
INF1 Para Aguiar, para para aqui.
INF1 E aqui então era [vocalização]…
Bem, não tirava até ferver .
INF2 E até chegámos a levá-lo a Vila Nova de Paiva.
INF3 Andavam todas toda a noite com os fornos a arder.
INF3 E era preciso não lhe dar pausa.
INF3 Quando algum alguém tirasse, já estava outro tanto pronto para entrar mais.
Eu às vezes pedia vez para o para cozer,
Ó Ó Eurípides, eu quero cozer hoje quatro vezes".
"Então, entrega-te do forno",
Quatro taleigas que eu lá cozia!
Duas de trigo e duas de centeio.
[pausa] A gente governava pão de trigo que era assim!
INF3 Também antigamente governava-se…
INF2 Isto agora é tudo amassado com máquinas.
INF1 Têm só padarias, padarias…
Olhe, não presta o pão como era antigamente.
A gente não lhe punha farinha [vocalização], fermento de fora.
Já viria o padeiro da Lapa?
INF1 Olhe, eu vi vir um padeiro.
INF2 Ele esteve cá já hoje.
INF1 Há cá pão, minha senhora.
INF2 Ai, ele fica aí nas tabernas.
INF1 Há aí pão nas tabernas.
INF2 Ele deixa-o aí nas tabernas.
INF1 Se a senhora quiser, eu vou lá buscá-lo.
INF1 Agora cá já ninguém cultiva nenhum, minha senhora.
Cada fornada de linho que aí faziam que era um encanto!
Agora ninguém tornou a semear um grãozinho.
Ninguém tornou a semear um grãozinho de linhaça!
INF3 Agora já nem o algodão usam!
Coisas que até prejudicam a gente.
Olhe, eu em vestindo alguma coisa de nylon rente ao corpo já não paro.
INF3 O corpo não respira.
INF1 Ai, minha senhora, suponho bem que quanto não há-de custar!
Eu tenho lá uma toalha, que ainda agora lavei, que ainda me escapou do fogo…
Ainda me escapou do fogo, aquela toalha!
Com uma franja grande de renda, que não não apanhou nada do de queimadura.
É É para levar eu por cima de mim quando morrer.
[pausa] Para ma botarem de cima.
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