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Ponta Garça, excerto 20

LocalidadePonta Garça (Vila Franca do Campo, Ponta Delgada)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Ananias Amoedo Amós

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[1]
INF1 Ananias.
[2]
INF1 Ananias.
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INF1 [vocalização] Sessenta e um.
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INF1 Quarenta e quatro.
[5]
INF1 Nasci nos Arrifes.
[6]
INF1 Vinte?
[7]
Ca– Catorze anos estive por ali.
[8]
Ai, Jesus!
[9]
INF2 Aristóbulo.
[10]
INF2 Oitenta anos que eu já fiz.
[11]
INF2 Sim,
[12]
eu nasci aqui mais acima
[13]
e criei-me sempre aqui.
[14]
[vocalização] Sempre aqui trabalhando e [vocalização] e nesta terra.
[15]
Já saí daqui para ir para o Canadá,
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mas foi por de visita.
[17]
E fui ver isto para aí e antes [vocalização] para as ilhas:
[18]
para o Corvo!…
[19]
Nas ilhas!
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Que eu estive lá oito dias!
[21]
Gostei de ver aquilo também por lá.
[22]
INF2 É bonito.
[23]
INF3 Ah, o meu nome?!
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Amós,
[25]
[pausa] de cinquenta e dois anos.
[26]
Também nasci cá.
[27]
Nasci cá…
[28]
INF3 Nunca saí de cá.
[29]
Nunca saí.
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INF3 A gente tratam uma selha.
[31]
INF3 Selha ou a dorna.
[32]
Sim senhora.
[33]
Tanto faz grande como pequena.
[34]
A gente [vocalização] habituaram-se:
[35]
"Ah!
[36]
Traz-me aquela selha"!
[37]
"Traz a selha maior"!
[38]
"Traz a selha mais pequena"!
[39]
Olhe, há alguns também que tratam dorna.
[40]
INF3 É em cestos.
[41]
INF3 Ele é em cestos.
[42]
É tudo acartado em cestos.
[43]
Isto só servia isto…
[44]
Se a senhora puder…
[45]
INF3 Há.
[46]
Há [vocalização] a dorna maior.
[47]
Há [vocalização] a selha maior.
[48]
A selha maior, a selha mais pequena
[49]
e ainda há selhas mais pequeninas de que esta, não é?
[50]
INF2 E havia um balseiro.
[51]
INF3 Há.
[52]
Ele há selhas…
[53]
INF3 Balseiro é um…
[54]
Também serve quando é pouca uva.
[55]
INF3 Quando há pouca uva, a gente deitam numa, por exemplo, desses já – um balseiro grande, seja uma selha pequena, que fazem o mesmo trabalho, não é?
[56]
INF3 Agora se há muita uva para deitar den- dentro, pois a gente temos outros balseiros – que tratam os balseiros –, maiores!
[57]
INF3 Ah, é mais ou menos…
[58]
INF3 Nunca viu?
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A senhora se quiser ver tenho ali na minha na minha garagem, um ba-.
[60]
INF1 Ah, ele tem aqui um balseiro.
[61]
Está…
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Ai, eu acho que ele no tempo tinha aí um balseiro…
[63]
INF1 Era mais ou menos.
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INF2 Isto é uma selha…
[65]
INF2 Como aquela que está ali!
[66]
Contanto que esta é mais grande que aquela.
[67]
E aquela outra, a gente trata um balseiro que é onde…
[68]
[pausa] As uvas, a gente esmaga naquelas pequeninas
[69]
e bota ali dentro para fazer a fermentação – aquilo já se trata um balseiro.
[70]
INF2 Ah, é mais alto.
[71]
Mais, mais Mais alto.
[72]
INF2 Não.
[73]
Isto é, isto é Os [vocalização] mestres é que faziam isto.
[74]
Isto é [pausa] serrado em aduela – a gente trata aduelas –
[75]
INF2 e os carpinteiros, [pausa] o que tem jeito de se fazer este vasilhame faz.
[76]
[pausa] Isto há arcos para aguentar isto!
[77]
INF2 Em ferro.
[78]
INF2 Ah, essa selha depois de cheia leva…
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Isto é uma selha muito grande.
[80]
Isto leva [pausa] talvez aí uns dezassete almudes de vinho.
[81]
INF2 Em vinho!
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Em uvas leva menos – o que é depois depois de ter o vinho.
[83]
INF2 Aque- Aquele leva quase vinte ou mais de vinte.
[84]
É conf- É conforme os tamanhos.
[85]
Há até mais grande!
[86]
INF2 Era.
[87]
Para ferver.
[88]
INF2 Não senhor.
[89]
Esmagar é nestas selhas.
[90]
INF1 Não, Aristóbulo.
[91]
Esmaga-se na máquina
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ou esmaga-se.
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INF2 E também se esmaga naquela pequenina.
[94]
Conforme a uva a uva…
[95]
INF2 O balseiro era só para botar o vinho ali dentro [pausa]
[96]
INF2 para ferver.
[97]
E depois então esgota-se.
[98]
INF2 Está ali um buraco que a gente esgotava para as selhas.
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INF3 Às vezes vêm aqui parar aqui uns uns homens que percebem melhor disso,
[100]
dizem que a fermentação do balseiro é muito melhor do que na selha, [pausa] por ser um [vocalização] uma vasilha alta e até a configuração dela:

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