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Arcos de Valdevez, excerto 36
Text: -
INF Depois [vocalização] Depois [vocalização] tinham andam os tales [vocalização]…
Chamávamos-lhe nós o ripanço.
E depois o ripanço tinha assim uns dentes.
E depois estava um homem de cada lado [vocalização] a ripar para tirar a baganha – a [vocalização] a semente da do linho – para fora.
Era quase como um graeirinho de milho, assim aquela aquela baga-.
Chamávamos nós a a baganha.
A baganha depois ia para o sol para tirar a s- a semente para semear depois outro ano.
INF [vocalização] Era linhaça.
E [vocalização] E depois o linho punha-se ao [vocalização] – aos molhitos.
Punha-se só a fazer só uns, uns uns feixes – uns feixes [verbo] com umas vergas.
Atava-se só ali ao meio, a fazer-se as gavelas – a gente engavelava-o aqui para a frente da gente –
e depois punha-se num num molho.
Chamávamos-lhe nós tanto mo- o molho como o feixe.
Depois de estar aqueles feixes todos, [vocalização] atava-se,
[pausa] ia-se enterrar no rio ou na água.
Estava lá [vocalização] para aí três dias ou [vocalização] quatro,
INF A [vocalização], a [vocalização] Enterrado na água, com umas coberto com umas pedras no rio, para [vocalização] para curtir.
[pausa] Depois a gente ia-o buscar…
Ia-se buscar no carro com o ri-, ao [vocalização] ao rio.
era assim ele num [vocalização] era num sítio qualquer, onde a gente [vocalização] estivesse,
[vocalização] ou até num caminho se punha, onde não fosse [vocalização]…
[vocalização] A gente estendia-o,
depois fazia assim uns uns…
Ele apanhava-lhe assim aqui pela beira,
e fazia-lhe um [vocalização] à moda dum [vocalização] duns carrochinhos, assim pequerrichinhos.
INF Uns carrochinhos, assim pequerrichinhos.
E a gente punha-o ali a secar para aí [vocalização]…
Estava para aí oito ou quinze dias.
Era conforme o tempo que estivesse:
se estivesse o tempo bom, estava para aí oito dias;
se estivesse mau, [vocalização] estava mais tempo,
pois também ele tinha de ser seco.
Depois de estar assim seco, a gente apanhava-o outra vez, [vocalização] trazia-se [vocalização]…
Que ainda fomos fazer muita muita…
Ele onde é o tio Antipas é que ainda o fiz lá muitas vezes que ele tinha engenho de fazer.
e a gente dava-lhe com o malho.
Para Para não dar tanto trabalho lá no engenho, dava-se-lhe com o malho, e punha-se assim espojadinho, mais mais macio.
Malhava-o em cima do chão, [vocalização] em cima dele.
Punha-o Punha-os assim às carreirinhas
e a gente depois com o malho malhava.
Que até nós temos ali uma que que era dos an- dos antigos, que lhe chamavam a pedra do maçadoiro.
Que diz que o amassavam assim à m- [pausa]
Mas, mas Mas nós nós era com o malho.
E depois a gente deitava,
e ia-o levar ao tio Antipas.
Ele tinha um [vocalização], tinha um [vocalização], um [vocalização] um engenho – vi-lho fazer – que tinha assim uma [vocalização] umas rodas, umas rodas da de botar a água.
E depois ele sempre com a mão, a [vocalização] sempre a enrodilhar, fazia à moda du- dumas mantas grandes.
Chamávamos-lhe nós mantas, porque era assim.
A gente depois trazia-o, de vir assim,
[vocalização] espartia-se – dizíamos nós espartir.
punha-se assim às manadas, assim às manadas.
A gente tirava-o da, da da coisa, da [vocalização] da manta – chamávamos nós a manta, pronto –
e [vocalização] e depois punha-se às manadas.
a gente depois punha-o ao sol para ele, para ele ficar para corar, branquinho.
Depois de corar, [vocalização] espadelava-se-lhe.
Era com a com a espadela [vocalização] a espadelar em cima dum…
Tinha a gente assim um [vocalização] um cortiço de cortiça, à moda de…
E a gente depois espadelava com a espadela e [vocalização], e [vocalização] para, para ele ficar maciinho, para ele ficar bom – para ele ficar bom.
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