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Montalvo, excerto 18
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INF1 Pois o vinho, quando era aí ao fim de vinte, quase sempre, quase vinte e quatro horas, dia e noite.
A [vocalização] uva aquece
e começa a fermentar, tudo.
INF1 Antigamente, que as coisas agora…
mas antigamente era era tudo a olho.
Depois ia para lá os homens para dentro, com uns calções vestidos e depois acalcar com os pés, pisar tudo.
Às vezes até tínhamos que ir ao…
INF1 Dentro Para dentro do lagar.
INF1 O lagar, quer dizer, o quadrado, o tanque.
INF1 Pois, aquele quadrado.
que vão que há-de lá estar um que eu mandei fazer por um tipo acolá da [nome próprio].
INF2 Lá na quinta há, os lagares.
INF1 Vão para dentro do lagar,
os homens e depois saltam lá para dentro.
Chamam-lhe um patamar àquilo.
pisa-se tudo com uns maços de madeira, com um pau na ponta e uns maços.
E acalcando à frente, porque aquilo a primeira a primeira volta, é claro, claro, está a uva ali com aquele engaço e tudo, a gente…
A gente vai acalcando com os pés .
INF1 Deixa falar por causa disso.
Por causa que isto – não sabe? – está a gravar.
De maneira que a gente tem um maço,
a gente depois vai acalcando à frente;
e outras vezes, até tínhamos que voltar assim ao para trás, com o calcanhar, para ele ir calcar.
Porque, é claro, a uva, está tudo aquilo inteiro,
INF1 Quando for depois à outra depois tiramos fora.
Passa-se para o outro lagar.
e depois quando a gente vai, outra pisa, outra vez.
Estamos ali um dia, ou coisa, tirar, a meter para dentro,
deixa-se ganhar fermentação, a pisar.
E depois, é claro, fica aquela noite.
No outro dia, já ele está aquilo a levantar, tudo no ar.
Já está o mosto a aparecer por baixo, o mosto,
e já está o engaço todo a levantar por para cima.
A gente depois vai lá para dentro outra vez,
Começamos cá de fora, assim num patamar, com os maços a acalcar
e depois saltamos lá para dentro.
Toca de outra vez de acalcar.
Damos ali duas ou três corridas.
Às vezes até se conhece até se conhece, com licença, aqui as nalgas do, do do rabo, naquela espuma dentro com o vinho branco,
é [vocalização] é nojento.
O vinho branco é nojento.
[vocalização] Ganha uma espuma branca,
branca, não sei o que aquilo me parece.
De maneira que a gente a acalcar aquilo tudo.
Quando está a zero, quer dizer, eu para mim, por acaso, por acaso não era preciso pesá-lo.
Sabia quando ele estava a zero.
Quando eu o metesse na boca, o mosto, que eu fosse ali e tirasse um pouco de mosto, e metesse na boca e que me repunisse, já sabia que ele estava em ordem de sair.
Agora, se eu o consentisse na boca, que estivesse ainda maduro, doce, não pode!
Porque o vinho Porque há uma diferença no vinho branco para o vinho tinto:
[pausa] o vinho branco pode-se fazer de bica aberta,
quer dizer a gente, de bica aberta, estar a espremer e tudo, e estar a sair e ir para dentro do, do da vasilha.
E o tinto não pode fazer assim.
O tinto, se for com um bocadinho de maduro, um bocadinho de acidez, que leve um bocadinho, mas que seja pouco – mas que seja pouco, mas que leve pouco – de acidez, quando for no fim de cozido, lá está.
Não sei se já alguma vez beberam.
Eu, por acaso, quando havia, bebi algumas vezes.
A gente bebe um copo de vinho,
ou bebe uma pinga de vinho, e ao resto acha-o maduro,
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