Representação em frases

Outeiro, excerto 21

LocalidadeOuteiro (Bragança, Bragança)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Astreia

Texto: -


[1]
INF Eu ainda teci também o pardo.
[2]
Uma, uma teia, uma, umas Havia aqui uma senhora, duas senhoras, que morreram era a senhora Augusta e outra, tia do meu homem que tira- teciam o pardo.
[3]
E depois é que a Augusta encontrou-se doente.
[4]
Eu ainda estava solteira.
[5]
E depois chamaram-me, então, para ir a eu tirar a teia do do pardo.
[6]
Mas sabe como é aquilo!
[7]
A lançadeira é assim, olhe, a do pardo.
[8]
[pausa] É assim grande.
[9]
INF E depois nós no tear, nos nossos teares, temos a a lançadeira é assim pequenina
[10]
e chega alevantarmos para correr o fio para ir outra vez por a teia afora, mas aquela não.
[11]
Eu estava habituada a fazer com a minha, não é, e não com aquelas grandes,
[12]
e chegava e truz.
[13]
Ia a outra doente e tudo a tia Augusta, coitada:
[14]
"Não é assim!
[15]
Isso mal meto eu!
[16]
Não se levanta a lançadeira"!
[17]
Pronto, mas eu estava educada no outro tear.
[18]
INF Não.
[19]
Ele era agora!
[20]
Ele o tear do pardo era muito largo.
[21]
Eu ainda teci teias de pardo no meu tear
[22]
mas era estreito, para fazerem calças.
[23]
[pausa] Olhe que um ano eu estava a tecer chamam-lhe a carvalha , dia dois de Maio, e uma grande nevada a cair e eu a tecer pardo, ele aqui num [vocalização]
[24]
Porque ele aquele tear era mais largo que os meus
[25]
e fui tecer a teia de pardo aqui para uma vizinha.

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