Representação em frases
Outeiro, excerto 21
Texto: -
INF Eu ainda teci também o pardo.
Uma, uma teia, uma, umas Havia aqui uma senhora, duas senhoras, que já morreram – era a senhora Augusta e outra, tia do meu homem – que tira- teciam o pardo.
E depois é que a Augusta encontrou-se doente.
Eu ainda estava solteira.
E depois chamaram-me, então, para ir a eu tirar a teia do do pardo.
Mas sabe lá como é aquilo!
A lançadeira é assim, olhe, a do pardo.
INF E depois nós no tear, nos nossos teares, temos a a lançadeira é só assim pequenina
e chega alevantarmos para correr o fio para ir outra vez por a teia afora, mas aquela não.
Eu estava habituada a fazer com a minha, não é, e não com aquelas grandes,
Ia lá a outra já doente e tudo – a tia Augusta, coitada:
Não se levanta a lançadeira"!
Pronto, mas eu estava educada no outro tear.
Ele o tear do pardo era muito largo.
Eu ainda teci teias de pardo no meu tear
mas era estreito, para fazerem calças.
[pausa] Olhe que um ano eu estava a tecer – chamam-lhe a carvalha –, dia dois de Maio, e uma grande nevada a cair e eu a tecer pardo, ele aqui num [vocalização]…
Porque ele aquele tear era mais largo que os meus
e fui lá tecer a teia de pardo aqui para uma vizinha.
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