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Porches, excerto 1
Text: -
INF Os campos, está aí tudo, tudo por cultivar.
Vai O arvoredo vai-se perdendo [pausa] por causa [pausa] de [vocalização] da falta da cultivação.
E [vocalização] E as sementeiras [pausa] também não dão, [pausa] porque [pausa] as despesas são muitas.
[pausa] E, hoje, [pausa] isto vem tudo [pausa] mesmo pela natureza, sabe.
É porque [vocalização] antigamente semeávamos [pausa] as terras [pausa] e nascia [pausa] erva [pausa] útil para os animais .
[pausa] E, então, era bom [pausa] a gente aproveitar aquelas ervas para os animais.
Sustentávamos os animais de [vocalização] da terra, tanto das ervas [pausa] como, [pausa] [vocalização] sim [vocalização], a palha [pausa] desses, desses, fru-, desses dessas sementeiras.
E hoje [pausa] es- há umas ervas que não deixa criar as tais ervas [pausa] que eram úteis para os animais [pausa] e não deixa criar [pausa] as sementes que a gente semeia – que é uma [pausa] erva [pausa] que lhe chamam a erva-azeda.
Quer dizer, aqui na nossa [pausa] na nossa zona chama-se erva-azeda
e chamávamos, também, campainhas.
E, noutros sítios, tem um outro [pausa] um outro nome.
Não deix-. E [vocalização] E quem foi que semeou [pausa] essa semente?
[pausa] Aqui há anos, [pausa] nascia [vocalização] aqueles pezinhos de erva [pausa] aí nos barrancos, [pausa] nas correntes de água, [pausa] entre meio das silvas, às vezes por baixo de uma figueira .
[pausa] E agora, [pausa] há aqui de uns cinco ou seis anos para cá, [pausa] é [vocalização] [pausa] é a terra toda tapada daqui ali.
E as outras ervas não nascem;
não se criam, porque aquela não deixa.
[pausa] E a gente vamos semear [vocalização] as terras,
[pausa] abafa [pausa] as sementeiras
INF Ora, é claro, isto é [pausa] o [vocalização] que se está a ver.
Eu, pelo menos, vejo assim.
Vejo que isto é mesmo da natureza.
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