Representação em frases

Porches, excerto 18

LocalidadePorches (Lagoa, Faro)
AssuntoA língua e a comunicação
Informante(s) Abelino

Texto: -


[1]
INF Pois não vêem que eu gosto de aproveitar aquilo [pausa] que eu vejo.
[2]
Aproveitar não,
[3]
aproveitar não.
[4]
Aproveitar em ouvir [pausa] para para ver se eles estão a falar bem ou se estão a falar mal.
[5]
Mas eu é que não é caso para achar [vocalização] que as pessoas estejam a falar mal, [pausa] porque [vocalização] não sei ler;
[6]
não sei ler.
[7]
Pois, na-, na-, na- não acho que [pausa] eu notar um defeito naquela pessoa instruída.
[8]
Hum?
[9]
INF Não;
[10]
mas é que [pausa] eu tenho por obrigação dizer asneiras [pausa] por não saber, [pausa] muitas vezes, pronunciar bem a palavra, com esta ou aquela letra e isso e assim e assado.
[11]
Pois, está bem,
[12]
isso é que é asneira.
[13]
Mas passo a não dizer asneiras.
[14]
Passo a não dizer asneiras porque estou falando com a minha linguagem, [pausa]
[15]
INF com a minha linguagem d-, com quem eu fui vivi;
[16]
[vocalização] Sim,
[17]
convivi co- tudo com pessoas atra- atrasadas, como dizem.
[18]
Dizem que [pausa] que os antigos [pausa] que eram todos uns atrasadinhos.
[19]
Mas, [pausa] por causa dos atrasa- dos atrasados, vou citar mais uma palavra.
[20]
E, assim, vou vou indo,
[21]
vou sempre dizendo.

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