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Camacha, excerto 7

LocalidadeCamacha (Porto Santo, Funchal)
AssuntoO terreno; configuração e constituição
Informante(s) Aarão Hipérides

Text: -

[1]
INF1 Era levadas.
[2]
INF1 Vinha dos matos desde lá de cima.
[3]
INF1 Vem daqueles picos [pausa] a água ter aqui.
[4]
Tem uma levada assim por aí fora
[5]
e [vocalização] vai-se sempre metendo água dentro, naqueles ribeiros,
[6]
tapa-se .
[7]
INF1 Não,
[8]
aquilo vem;
[9]
isto não é água de nascente.
[10]
Isto é água que, quando chove, obedece às levadas .
[11]
INF1 Há [vocalização] nascentes mas é umas coisas só para se beber ou [vocalização] .
[12]
[vocalização] Não há nascentes de [vocalização] de encher poços.
[13]
INF1 Não há.
[14]
INF1 Então não fizeram?
[15]
INF1 Aqui [vocalização], eles andaram fazendo
[16]
e deram com água.
[17]
INF1 Mas essa água é dum senhor de [vocalização] de Lisboa.
[18]
Veio aqui umas, umas umas máquinas por conta de do governo ;
[19]
[pausa] veio
[20]
e andaram aí a experimentar a água.
[21]
Mas depois condenaram a água, que a água diz que era muito salgada.
[22]
[pausa] Condenaram, a água.
[23]
[pausa] Bom, agora veio um senhor – que ele não sei bem o nome dele –,
[24]
[pausa] já tem aí uma casa no Porto Santo.
[25]
É um homem, um senhor muito rico,
[26]
tem um bocadi- um bocadinho de fazenda
[27]
e agora [vocalização] tem andado aí a explorar a água.
[28]
Foi o que ficou lá em baixo com o [pausa] Novo Mundo.
[29]
[pausa] O hotel, o Novo Mundo.
[30]
INF1 Ele ficou com o hotel Novo Mundo.
[31]
E agora, ele está explorando esta água, que é para juntá-la toda e levá-la para lá.
[32]
INF1 Não faz falta que ela estava perdida.
[33]
Se um dia ele não aproveitasse, a gente não sabia,
[34]
eles não sabiam dela.

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