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Porto de Vacas, excerto 26

LocalidadePorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Cátia Carminda

Text: -


[1]
INF1 Logo uma uma senhora que ia uma vez que eu ia e tinha o homem preso na na Covilhã e, coitada, com a precisão de o ganhar como ela como ela [vocalização] tinha, e e levava um carrego tão grande, e deixou-o cair.
[2]
E levava o rio, na altura, levava muita água
[3]
e foi-se-lhe tudo embora: os frangos e os ovos e tudo,
[4]
foi-se-lhe tudo embora com tanta precisão de o ganhar, coitadinha!
[5]
INF1 [vocalização] Aquilo era muita água.
[6]
Havia muitas que não eram capazes de o pa- de o passar,
[7]
e eu [vocalização] e eu botava o meu carrego no no cabo
[8]
Às vezes, a minha mãe dizia assim: "Eu não sei como a minha filha é capaz de assim passar tanta coisa"!
[9]
Eu i-, eu ali Eu ia ali parecia que era uma máquina por aquela tábua fora.
[10]
Ia pousar o meu carrego
[11]
e vinha buscar duma;
[12]
depois ia-o levar,
[13]
vinha buscar doutra;
[14]
às vezes passava uns poucos de carregos primeiro que dali saísse para fora.
[15]
E, e e-, e eu, então Olha que se fosse no dia de hoje, não era capaz de passar!
[16]
INF1 Tinha
[17]
INF1 Ma-, ma- Aquilo eram poucas, às vezes, que eram capazes de os passar.
[18]
INF1 Ainda Ainda elas o levavam;
[19]
em estando em terra, o levavam.
[20]
INF2 Não havia tanto acidente como agora.
[21]
INF1 Íamos !
[22]
De Inverno, era uma barca assim grande.
[23]
Mas [vocalização] ele a gente, [vocalização] o mais do tempo, estava
[24]
É como ali apanhava assim muito bando
[25]
Passava muito água debaixo daquela daquelas pontes!
[26]
Tinham Botavam aquelas pontes assim muito no seco, muito no seco.
[27]
Eu passava passava tanto carrego!
[28]
Às vezes, começavam [vocalização] por o caminho a arriba,
[29]
diziam: "Esta menina hoje há-de-me passar o meu carrego".
[30]
Outra vez, outra: "Ai, eu, também há-de ver se me passa o meu que eu não sou capaz".
[31]
INF1 E eu tinha aquela calma,
[32]
passava-lhos.
[33]
Pois,
[34]
a gente tudo é [vocalização]
[35]
Ninguém se arrependa de fazer bem.
[36]
INF1 Tudo era esmola.
[37]
INF2 E mãe, [pausa] iam a à Pampilhosa.
[38]
INF1 Íamos a à Pampilhosa?!
[39]
Íamos a e [vocalização]
[40]
INF2 À [NPR], não é?
[41]
INF1 E e, e fui fui umas poucas de vezes a Arganil, [pausa] a .
[42]
INF1 E a E a Coja.
[43]
Ia, com licença de vossemecês, comprar os porcos, para mor de os matar, quando vinham os manadeiros, [vocalização] quando não vinha os carros.
[44]
Naquela altura, não havia estradas
[45]
INF1 Era os homens que andam a vender os porcos.
[46]
INF1 Pois,
[47]
eram os [vocalização] os manadeiros.
[48]
INF1 Não.
[49]
INF1 [vocalização] A gente comprava.
[50]
Compra-os.
[51]
Compra-os
[52]
INF1 Pois,
[53]
compra-os pequenos.
[54]
É.
[55]
INF1 Compra-os
[56]
e ao cabo
[57]
INF2 houve mas pouco.
[58]
INF1 houve mas pouco.
[59]
Aquilo [vocalização] ainda dão muita despesa para se criarem e tudo,
[60]
e não querem andar com aquele trabalho.

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