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Porto de Vacas, excerto 26

LocationPorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Cátia Carminda
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Logo uma uma senhora que ia uma vez que eu ia e tinha o homem preso na na Covilhã e, coitada, com a precisão de o ganhar como ela como ela [vocalização] tinha, e e levava um carrego tão grande, e deixou-o cair.
[2]
E levava o rio, na altura, levava muita água
[3]
e foi-se-lhe tudo embora: os frangos e os ovos e tudo,
[4]
foi-se-lhe tudo embora com tanta precisão de o ganhar, coitadinha!
[5]
INF1 [vocalização] Aquilo era muita água.
[6]
Havia muitas que não eram capazes de o pa- de o passar,
[7]
e eu [vocalização] e eu botava o meu carrego no no cabo
[8]
Às vezes, a minha mãe dizia assim: "Eu não sei como a minha filha é capaz de assim passar tanta coisa"!
[9]
Eu i-, eu ali Eu ia ali parecia que era uma máquina por aquela tábua fora.
[10]
Ia pousar o meu carrego
[11]
e vinha buscar duma;
[12]
depois ia-o levar,
[13]
vinha buscar doutra;
[14]
às vezes passava uns poucos de carregos primeiro que dali saísse para fora.
[15]
E, e e-, e eu, então Olha que se fosse no dia de hoje, não era capaz de passar!
[16]
INF1 Tinha
[17]
INF1 Ma-, ma- Aquilo eram poucas, às vezes, que eram capazes de os passar.
[18]
INF1 Ainda Ainda elas o levavam;
[19]
em estando em terra, o levavam.
[20]
INF2 Não havia tanto acidente como agora.
[21]
INF1 Íamos !
[22]
De Inverno, era uma barca assim grande.
[23]
Mas [vocalização] ele a gente, [vocalização] o mais do tempo, estava
[24]
É como ali apanhava assim muito bando
[25]
Passava muito água debaixo daquela daquelas pontes!
[26]
Tinham Botavam aquelas pontes assim muito no seco, muito no seco.
[27]
Eu passava passava tanto carrego!
[28]
Às vezes, começavam [vocalização] por o caminho a arriba,
[29]
diziam: "Esta menina hoje há-de-me passar o meu carrego".
[30]
Outra vez, outra: "Ai, eu, também há-de ver se me passa o meu que eu não sou capaz".
[31]
INF1 E eu tinha aquela calma,
[32]
passava-lhos.
[33]
Pois,
[34]
a gente tudo é [vocalização]
[35]
Ninguém se arrependa de fazer bem.
[36]
INF1 Tudo era esmola.
[37]
INF2 E mãe, [pausa] iam a à Pampilhosa.
[38]
INF1 Íamos a à Pampilhosa?!
[39]
Íamos a e [vocalização]
[40]
INF2 À [NPR], não é?
[41]
INF1 E e, e fui fui umas poucas de vezes a Arganil, [pausa] a .
[42]
INF1 E a E a Coja.
[43]
Ia, com licença de vossemecês, comprar os porcos, para mor de os matar, quando vinham os manadeiros, [vocalização] quando não vinha os carros.
[44]
Naquela altura, não havia estradas
[45]
INF1 Era os homens que andam a vender os porcos.
[46]
INF1 Pois,
[47]
eram os [vocalização] os manadeiros.
[48]
INF1 Não.
[49]
INF1 [vocalização] A gente comprava.
[50]
Compra-os.
[51]
Compra-os
[52]
INF1 Pois,
[53]
compra-os pequenos.
[54]
É.
[55]
INF1 Compra-os
[56]
e ao cabo
[57]
INF2 houve mas pouco.
[58]
INF1 houve mas pouco.
[59]
Aquilo [vocalização] ainda dão muita despesa para se criarem e tudo,
[60]
e não querem andar com aquele trabalho.

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