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Santo Espírito, excerto 1

LocalidadeSanto Espírito (Vila do Porto, Ponta Delgada)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Isaltina

Text: -


[1]
INF Era.
[2]
INF Metia-se a água fervendo na murta.
[3]
Estava acolá aquele caldeiro da, do da água a ferver,
[4]
tirava-se-lhe as folhas da murta para fora,
[5]
botava-se aquela água num alguidar de apisoar muito grande! ,
[6]
e botava-se ali a, a co- a serguilha.
[7]
Depois estava ali de molho ali uns dias.
[8]
Dois dias, ou um dia ou dois,
[9]
era assim.
[10]
E depois ia-se ao lameiro,
[11]
botava-se aquilo num num remendo para se então fazer a, ti- untar toda, toda, toda, para ficar ali.
[12]
INF Apisoar era antes de tingir.
[13]
É depois de tirar do tear, num alguidar muito grande, de barro, muito largo, muito largo!
[14]
Era então homens é que eles apisoavam!
[15]
Com água quente, bem quente, ia-se botando na serguilha
[16]
e estão dois homens assim, assim de joelhos.
[17]
INF Assim, [vocalização] batia-se,
[18]
batiam, batiam, para ela ficar ali muito tapada, muito dura, muito dura!
[19]
INF Aquela fazia como, como como um pelozinho.
[20]
[pausa] Com as mãos, apisoavam muito tempo, muito tempo.
[21]
INF E depois disso então que era para para ir para murta, para riba da murta, para tingir.
[22]
INF Depois de tingida, então lavava-se,
[23]
ficava pronta.
[24]
INF Eu lembra-me a minha mãe fazer isso.

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