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Couço, excerto 67

LocalidadeCouço (Coruche, Santarém)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Danilo

Text: -


[1]
INF Ele Eu outro dia estiveram ali umas pessoas minhas conhecidas, que eram de investigação florestal,
[2]
vieram aqui,
[3]
e em Mora disseram-me: "Não para para o Couço, que é comunas".
[4]
Mas no Couço não havia
[5]
e chegaram aqui,
[6]
encontraram-me,
[7]
e eu vim com elas.
[8]
Disse: "Ó Dédalo, olha que dizem que tu"
[9]
"Ó senhor Danilo, tive essas ideias
[10]
mas hoje, desde que montei essa casa, não sou comuna".
[11]
E [vocalização] não se pergunta de política.
[12]
"Eu não"
[13]
Eu disse-lhe para ele: "Eu não sou político,
[14]
nem quero saber da política [vocalização] ".
[15]
Disse: "Olhe, as gentes são boas"!
[16]
No outro dia estive aqui de manhã com eles,
[17]
dizem-me eles: "Realmente, [pausa] encontrámos uma pessoa que não encontrámos em Mora e noutros lados!
[18]
Isto é gente boa!
[19]
Tanto faz o homem como"
[20]
Tem as suas paródias e as suas coisas, as suas mangações, que todos temos.
[21]
INF Não,
[22]
trabalhavam à semana.
[23]
o hábito era:
[24]
era contratado à semana, e
[25]
INF E ganhavam à semana.
[26]
Mas havia também contratos de fulanos ao mês, a trabalhar.
[27]
Tanto que esses boeiros, esses ganhões, era tudo ao mês tudo ao mês.
[28]
Chegavam ao fim do ano,
[29]
recebiam as suas mediaduras e as suas forranças.
[30]
Recebiam uns tantos alqueires de trigo, uns alqueires de milho
[31]
chamavam-lhe as forranças ao fim do ano.
[32]
E tinham horta
[33]
Por exemplo, havia lavouras aqui com um vento extremo.
[34]
O avô deste O avô deste era onde
[35]
Os criados melhores na região eram do avô deste.
[36]
Dava terras, e dava soldada e dava melhores garantias o avô do Doutor Delfim.
[37]
INF Dava terras,
[38]
não queria ninguém debaixo dos telhados dele que passasse fome nem andarem mal arranjados.
[39]
Dava terras,
[40]
dava estrume,
[41]
emprestava-lhe o gado,
[42]
[pausa] trabalhavam,
[43]
dava uns dias para trabalhar, para tratarem das hortas.
[44]
Não queria ninguém com fome!
[45]
Esses que eram malandros, que não trabalhavam, o gajo chegava ao fim do ano: "Tens de ir perguntar outro patrão.
[46]
para este patrão não serves.
[47]
Não trabalhas!
[48]
Não arranjas comer para comer, nem para a mulher, nem para os filhos"
[49]
E dava.
[50]
Ele repartia ao fim do ano, à socapa.
[51]
A mulher era assim,
[52]
era bastante ,
[53]
mas ele à socapa, ele dava.
[54]
Fazia muito bem a muita gente!
[55]
O avô deste!
[56]
O avô deste!
[57]
Dava
[58]
Dizia então ele para mim: "Ó Danilo, quanto mais dou, mais tenho!
[59]
[pausa] Quanto mais dou, mais tenho"!
[60]
Ia com um saco à socapa,
[61]
metia por baixo da porta
[62]
e não queria que ninguém lhe agradecesse.
[63]
Cada um tem os seus temperamentos!
[64]
INF Era o tipo que na
[65]
Agora o avô do engenheiro, esse era um explorador.
[66]
Quem não tivesse habilidade para trabalhar para o avô do engenheiro não não trabalhava.
[67]
INF Dizia-se que o avô do engenheiro era era mercenário.

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