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Fontinhas, excerto 19

LocalidadeFontinhas (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
AssuntoAs festas religiosas e profanas
Informante(s) Brás Bráulio

Text: -


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[1]
INF1 São seis semanas seguidas, tal e qual como isto é.
[2]
Seis semanas seguidas.
[3]
Ou seja, oito seguidas, que são oito oito semanas.
[4]
INF1 Exactamente.
[5]
[pausa] Exa [pausa] Exactamente.
[6]
INF1 São,
[7]
são,
[8]
são.
[9]
Quer dizer
[10]
INF2 Não são, não.
[11]
Ele tem a distribuição do compromisso, não é?
[12]
INF1 É exactamente.
[13]
É a distribuição do bodo,
[14]
é as tais
[15]
INF1 É exactamente.
[16]
INF1 Não.
[17]
É não haver o bodo.
[18]
Os úl- Os primeiros seis, não bodo aqui [pausa] no arraial;
[19]
aquela festa em casa do imperador [pausa] que prometeu isso, não é?
[20]
INF1 E aqui o bodo dos irmãos todos da freguesia.
[21]
INF1 O bodo é o [vocalização] é no [vocalização] domingo da Trindade, não é?
[22]
É.
[23]
INF1 É.
[24]
São dois domingos.
[25]
INF1 É.
[26]
INF1 Um Espírito Santo e o outro [pausa] da Trindade.
[27]
São os dois.
[28]
INF1 Sim senhor.
[29]
INF1 O bodo No dia do bodo, então, o Senhor Espírito Santo quando sai daqui da igreja, que vem de casa do imperador
[30]
INF1 coroado, vem acompanhado com o senhor padre e a filarmónica
[31]
e vêm,
[32]
entra tudo aqui dentro, na despensa.
[33]
Vem benzer o pão.
[34]
Depois de benzer o pão, o Senhor Espírito Santo vem para aqui.
[35]
E o senhor padre recebe ali uma uma rosquilha e um pão de bodo, que vem a ser um pão de água.
[36]
E vai-se embora.
[37]
Os mordomos, depois então, e mais as pessoas que convidam [vocalização] fazem uma distribuição aqui neste largo a toda a gente que aparece aqui.
[38]
E dois homens no caminho:
[39]
um naquela ponta, outro nesta;
[40]
todas as pessoas que passarem, de fora da freguesia, quer seja de carro, quer seja de camioneta não é? , toda a gente tem que parar e entrar aqui dentro.
[41]
Entram aqui,
[42]
[vocalização] comem massa,
[43]
bebem vinho.
[44]
Não entram
[45]
Ninguém lhes chama para dar nada, não é?
[46]
Esse que quer dar alguma coisa, ;
[47]
porque quer.
[48]
E [vocalização] a distribuição em geral, para toda a gente.
[49]
Depois de essa distribuição feita, uns foguetes, muitos foguetes, que se acabou o bodo.
[50]
As pessoas cada qual vai para sua casa.
[51]
[vocalização] O [vocalização] O imperador tem os seus convidados todos
[52]
e segue com o cortejo, com o império, para a sua casa;
[53]
e vai dar o mesmo jantar que se deu nas semanas de anterior, está a perceber?
[54]
Quando o jantar, volta para aqui [pausa] da parte da tarde.
[55]
Vem para aqui
[56]
e então aqui ele traz umas rodas de carne,
[57]
traz [vocalização] açafate com laranjas,
[58]
traz duas latas de queijadas,
[59]
traz duas latas de suspiros, ou seja, um cento de cada: um cento de laranjas, um cento de [vocalização] de suspiros e um cento de queijadas.
[60]
[pausa] Quando ele chega aqui, àquelas pessoas que foram na vereança que a gente chama àquele que foi coroado, e ao que leva aquela insígnia, ao outro que leva a bandeira, e que vem a ser trinta pessoas , ele um serviço a cada pessoa.
[61]
Serviço esse que a gente chama que é: uma laranja, uma lima e uma queijada, [pausa] e um suspiro uma laranja, [pausa] uma queijada e um suspiro! [pausa] que ele oferece a cada um.
[62]
E oferece o mesmo aos mordomos que estão ali, que são aqueles que tomam conta do pão e do vinho, está a perceber?
[63]
E depois disso, saem os rapazes
[64]
Ele, nessa altura, a filarmónica está a tocar ali no adro, toda a tarde,
[65]
toca ali.
[66]
[vocalização] Saem uns rapazes com esses serviços que a gente lhe chama, não é? nuns pirezinhos,
[67]
e vão por esses rapazes que estão namorados, distribuírem um;
[68]
e depois o rapaz fica com aquele serviço não é? ,
[69]
dois escudos e meio ou cinco escudos na bandejinha,
[70]
e depois, pega,
[71]
vai oferecer à sua namorada aquilo, como foram oferecer a ele.
[72]
INF Uma coisa que vem que eu sempre me lembra de isso se fazer.
[73]
E [vocalização] o bodo continua assim durante a tarde.
[74]
Quando é ali à tardinha, muitas pessoas que oferecem uma galinha ao Senhor
[75]
Espírito Santo e, às vezes, junta-se aqui umas vinte, vinte cinco galinhas, não é?
[76]
uma arrematação, [pausa] aqui, onde essas pessoas que estão aqui presentes que isto tem aqui muita gente, não é? e [vocalização] dão em picar
[77]
e arremata-se as galinhas aqui.
[78]
INF Foram oferecidas em promessa, não é?
[79]
INF Depois [vocalização] Como também pessoas que oferecem um leitão.
[80]
Vêm aqui [pausa] à porta
[81]
e a gente arremata-o aqui,
[82]
toda a gente está aqui,
[83]
e o que mais é que fica.
[84]
Como também muitos que oferecem um bezerro;
[85]
também muitas pessoas que oferecem um bezerro.
[86]
INF Tudo isso é arrematado nessa altura.
[87]
É os rendimentos que esta casa tem são esses,
[88]
não tem mais.
[89]
Depois a gente faz contas ao dinheiro.
[90]
Se a gente diz: "Olha, pois então este ano temos dinheiro que a gente talvez pudesse compensar aquilo que a gente tem em falta" não é? ,
[91]
a gente utiliza o dinheiro logo naquela falta que temos, está a perceber?
[92]
A gente praticamente estamos sempre em dívida.
[93]
A gente entrega sempre dívida de um procurador ao outro.
[94]
Nunca entregamos dinheiro.
[95]
Porque [vocalização] o senhor sabe? [pausa] eu estou,
[96]
quero fazer o mais e o melhor possível não é? ,
[97]
pois trato de fazer tudo por tudo,
[98]
ele chego ao fim não tenho dinheiro,
[99]
pois gasto algum da minha algibeira
[100]
e tomo nota

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