R&D Unit funded by

Sentence view

Unhais da Serra, excerto 45

LocationUnhais da Serra (Covilhã, Castelo Branco)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Dimas Dília Diodoro Dídia
SurveyALEPG
Survey year1997
Interviewer(s)Gabriela Vitorino João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


showing 101 - 200 of 181 • previous


[1]
Eu cheguei-me atrás
[2]
mas não abalou donde estava,
[3]
aos tombos,
[4]
mas não abalou donde estava.
[5]
INF1 E depois peguei noutra pedra maior
[6]
INF2 E ela era grossa!
[7]
INF1 Ai!
[8]
Peguei noutra pedra maior
[9]
[pausa] e aproximei-me um bocadinho,
[10]
tornei-lhe a avantar a aventar,
[11]
tornei-lhe a dar na cabeça,
[12]
a amuganhei mais.
[13]
afrouxou mais.
[14]
Mas mesmo assim:
[15]
"Vhe-vhe-vhe"!
[16]
Foi assim de longe.
[17]
INF2 Ai, se lhe pudesse chegar!
[18]
INF1 Até que a gaja afrouxou.
[19]
Depois de estar assim um bocado frouxa, vou então com o bico da roçadoura, como têm no livro,
[20]
vou então com o bico da roçadoura
[21]
e dei-lhe assim na cabeça,
[22]
acabei-lha de esmagar.
[23]
[pausa] Tombo daqui mesmo com a cabeça esmagada , tombo daqui, tombo dalém,
[24]
[vocalização] mas dali não abalou.
[25]
Ah, mas aquilo era um balúrdio enorme!
[26]
[pausa] que a corda tem uma casola.
[27]
Nunca viu?
[28]
Não sabe como é?
[29]
INF1 Tem uma casola para a gente apertar o molho.
[30]
INF1 Uma coisa em madeira, que faz a curva.
[31]
INF1 A minha casola tinha
[32]
Para a fazer, tinha um arame destes arames da luz,
[33]
INF1 um bocado de fio de da luz que eu pus na casola para para não fugir dali.
[34]
Como tinha ali umas três ou quatro voltas de arame, [pausa] não tinha ali nada que [vocalização] com que enfiar na cabeça à cobra,
[35]
tirei um bocadinho do arame da casola da corda,
[36]
tirei-lhe ali duas voltas ou três,
[37]
e fiz um gancho.
[38]
Fiz um gancho
[39]
e enfiei-o na cabeça da cobra
[40]
e dependurei-a num pinheiro.
[41]
[pausa] E fui arranjar o molho
[42]
e depois quando passei para baixo trouxe-a, que era para a verem aqui no povo.
[43]
[pausa] Ela era tão pequena [pausa] que eu trazia assim o molho às costas
[44]
e ao gancho, enfiei-o assim aqui no molho do mato, num pau,
[45]
enfiei-o aqui,
[46]
[pausa] e a gaja vinha estendida para trás.
[47]
Ela tinha mais de dois metros!
[48]
INF2 Era.
[49]
INF1 E uma grossura enorme!
[50]
[pausa] E depois passei aqui no povo:
[51]
"Olha o Dimas!
[52]
Olha que cobra ali leva"!
[53]
"Olha assim,
[54]
olha assado"!
[55]
Tudo a admirar,
[56]
[vocalização] a trouxe.
[57]
[pausa] Uma madrinha minha que morava na casa que hoje é da Dília, além naquela casa mas era a casa mais baixinha , essa madrinha minha comia-as.
[58]
[pausa] Quando lhe davam alguma, cortava-lhe um bocado, dois palmos da cabeça [pausa] e dois palmos do rabo.
[59]
E a outra parte, depois tirava-lhe a pele,
[60]
depois cortava-a aos bocados
[61]
e cozia-a.
[62]
É exactamente o cheiro de [vocalização] do frango.
[63]
É exactamente o cheiro do frango e o sabor.
[64]
INF2 Eu não era capaz de comer!
[65]
[pausa] Este comeu.
[66]
INF1 Tirou-lhe então a pele toda
[67]
INF1 Desenfiou-lhe aquele bocado da
[68]
INF4 A senhora também comia?
[69]
INF2 Mas sabendo não comia.
[70]
INF1 O cheiro é exactamente
[71]
INF1 O cheiro é exactamente igual.
[72]
Eu não foi por fome,
[73]
nem foi por nada.
[74]
[pausa] Vi-a
[75]
INF1 Vi-a comer a ela:
[76]
"Também quero experimentar"!
[77]
É exactamente o frango, a água do frango, a canja.
[78]
INF1 Comi uma malguinha de canja,
[79]
bebi uma malguinha de canja,
[80]
e depois comi um bocado da carne.
[81]
INF1 Ai, fez agora!

Edit as listText viewSentence view