R&D Unit funded by

ALC02

Alcochete, excerto 2

LocationAlcochete (Alcochete, Setúbal)
SubjectA agricultura
Informant(s) Anselmo
SurveyALEPG
Survey year1990
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Javascript seems to be turned off, or there was a communication error. Turn on Javascript for more display options.


INQ1 Olhe, e depois uma Agora põe-se adubo.

INF Agora Agora não se põe mais nada.

INQ1 Mas antigamente em vez do adubo químico o que é que se punha?

INF O esterco.

INQ1 O que é que é o esterco?

INF A gente é, é [vocalização] era o esterco dos animais [pausa] é que a gente punha. Era quando a gente comia as coisas melhores!

INQ2 Sim. Exactamente.

INF Agora, com com estas coisas, agora é [vocalização] até as coisas não sabem bem.

INQ1 Olhe, o sítio onde guardava o esterco era o quê? Era Como é que se chamava?

INF Punha-se uma montureira. [pausa] Levava-se para o monte e [vocalização] ch- e levava-se para a montureira.

INQ1 O que é o estrume?

INF O estrume? Então é as palhas que o animal esterca. [pausa] Põe para a cama. [pausa] Ele esterca em cima. Depois tira-se fora e leva-se para a montureira.

INQ1 Ah! Portanto, o estrume é o que está na, no sítio onde dorme o animal?

INF Pois. É a cama. Depois a gente alimpa olhe, ainda eu ainda agora tirei a cama a ele; tenho ali o monte, [vocalização] alimpa e depois leva para a montureira.

INQ2 Mas o senhor acha que diferença São coisas diferentes, diferentes, o estrume e o esterco?

INF O estrume é a mesma coisa que é o esterco.

INQ2 Ah!

INF O estrume [pausa] é a mesma coisa que é o esterco. A gente [vocalização], o mais moderno é estrume; e antigamente era esterco. [pausa] Mas é a mesma coisa! Pois o esterco e [vocalização] e o e o estrume é a mesma coisa.

INQ1 Quando o senhor quer fazer uma coisa, uma leira de qualquer coisa, aqueles dois Quando anda a fazer aqueles dois regos, um de cada lado da leira, diz que está a quê?

INF Então aquilo é: anda-se a fazer os regos. Abre-se os regos assim como este que está aqui, oh! Abriu-se os regos. Abriu-se este, puxa o esterco, tapou-se. Depois pôs-se a semente, tapou-se com terra. [pausa] É que não mais nada a fazer disto que é isto.

INQ1 Não nada que chame embelgar ou margear ou?

INF Margear? Isso [vocalização] é margear trigo ou cevada. Isso pa- [vocalização] para margear é, para margear é com o charrueco também. Põe-se um pau Põe-se um pau [pausa] atrás ata- atado aqui em cima da aiveca do charrueco. E depois [pausa] o animal anda, para diante, e aquele pau aguenta aqui a leiva da terra que manda a aiveca do charrueco e fica rijinha. Isso é que é margear.

INQ1 Sim senhor. E aquilo que se faz ne- Esse rego chama-se margem ou não?

INF Esse rego, chama-se-lhe o rego para, para dividir a para dividir a margem.

INQ1 Então e o que é que fica entre duas margens?

INF Fica os regos. Vai a gente, vai por qui, vai por qui [pausa] Vai o cavalo por qui, vai abrir o rego com o charrueco e vai o pau aqui, vai a arrasar a terra. Depois vem-se por aquele lado, vira-se ao contrário e vira-se o pau e fica outra vez direito. Depois vai-se para o outro lado, é a mesma coisa. Depois vem-se para baixo. E pronto. Assim é que é margear e assim é que fica o trabalho bem feito. É como se fazia.

INQ2 Rhum-rhum.

INF É como se fazia.

INQ1 Portanto, para ficar a margem feita têm de passar e depois passar com o pau, não é isso?

INF Com o pau. O pau vai atado detrás. V- Vai aqui. Por exemplo: isto que está aqui é é o charrueco e o pau vai aqui. Vai aqui um pau assim, atado, e depois vai é a arrasar a terra. Pronto. Fica a terra [vocalização] direitinha.

INQ1 Olhe e um Quando o senhor anda a semear, anda com uma coisa

INF É com o saco.

INQ1 Como é que se chama?

INF O sementeiro.

INQ1 Mete a mão no sementeiro

INF Pois.

INQ1 E atira

INF Depois [vocalização], manda-se fora.

INQ1 Atira. Aquilo que o, que a semente abrange é o quê? Aquele espaço que é apanhado por um

INF Ah! Aquele espaço [vocalização], a gente calcula aquele espaço é com os passos. A gente marca os passos, três em três em três passos, manda-se uma, [pausa] manda-se uma.

INQ1 Eu não pergunto dos passos. Pergunto em largura que o, que o milho, o trigo cobre.

INF A largura? [vocalização] Então aquilo pode [vocalização] A gente chama uma margem.

INQ1 Isso é que é a margem? É aquilo que a semente, de uma lançada

INF Pois. É aquilo que a semente vai agarrar. Vai por qui, por exemplo, por qui fora, e vai amandar, e vai amandar, vai amandar. Depois chega-se adiante, vira-se ao contrário. A mão dali vem agarrar a semente que manda-se para ali, e vem agarrar a ponta daqui. [pausa] Para ficar igual.

INQ2 Pois.

INF Para ficar a semente Para ficar o campo tudo todo completo com semente.


Download XMLDownload textWaveform viewSentence view