ALC44

Alcochete, excerto 44

LocalidadeAlcochete (Alcochete, Setúbal)
AssuntoErvas, arbustos e flores
Informante(s) Anselmo

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INQ1 Olhe, e uma erva que também está dentro do trigo, que pica?

INF É o ca-.

INQ1 Tem assim uns coisos agudos.

INF É o É o [vocalização] cardo, o cardo. O cardo.

INQ1 O cardo. Será esta?

INQ2 o cardo beija-mão e ?

INF O cardo pica. Pica é a gente e pica

INQ2 Aqui defronte. uma quadra que é assim: "Não é o sol que me mata, nem o cardo beija-mão"

INQ1 "Não é a ceifa que mata, nem os calores do Verão".

INQ2 "Não é a ceifa" "Não é a ceifa que mata, nem os calores do Verão".

INQ1 "Nem os calores do Verão".

INQ2 "É a erva"

INF É a erva é [vocalização], é, é

INQ2 Que tinha em casa.

INQ1 Depois diz-se o nome.

INF É do, do uma erva [vocalização] que é a outra que pica. É a erva que pica.

INQ1 Não.

INF Tem o cardo. Pica.

INQ1 Rhum-rhum!

INQ2 Erva unha-gata, nunca ouviu chamar ?

INF [vocalização] De-, de- Erva quê?

INQ2 Unha-gata.

INF Unha-gata? Não.

INQ2 Pronto.

INF Depois sei as ervas que

INQ1 Este disse, tanchagem é que não.

INF Depois secar as ervas é malvas, é [vocalização] erva-atalaia. [pausa] É uma erva rente ao chão, também que tem que se arrancar que de roda dela

INQ1 Como é que é essa?

INF É [vocalização] uma erva redonda, um e tudo redondo, [pausa] e alarga uma umas folhas largas. Aquilo quando alastra é um grande bocado. A erva é capaz é, é

INQ2 E depois assim um espigo para cima?

INF Não pico nenhum para cima. [vocalização] É capaz de ocupar Um de á- de erva-atalaia ocupa esta mesa toda.

INQ1 Ah! Não sei como é. E não serve para nada? Serve para o gado comer?

INF Serve para o gado comer para porcos. Os porcos então comem essa erva que é um regalo.

INQ1 Rhum-rhum.

INQ2 Se calhar é isto.

INF E [vocalização] é o corrupio.

INQ1 O quê?

INF Corrupio. [pausa] a trevagem, o cizirão, [vocalização] a tasneira. [pausa]

INQ1 Olhe, alguma dessas ervas?

INF as cagarrinhas. [pausa] As cagarrinhas também as come a gente, junto com o feijão. [pausa] [vocalização], o, o, o, o o saramago-amarelo, saramago-branco.

INQ1 Pois.

INF as azedas.

INQ2 As azedas não é a flor do trevo?

INF [vocalização] As azedas é uma erva que é rente ao chão e deita uma uma espiga encarnada para cima. a pampoila.

INQ1 Isso.

INQ2 Pampoila?

INF Pois.

INQ2 Como é que é a pampoila?

INF É, é É um com uma flor encarnada. [pausa] [vocalização] a margaça: a flor é uma flor, é comprida, é uma flor branca.

INQ1 Rhum-rhum.

INQ2 Margaça é o malmequer, não é?

INF É. É como É [vocalização] como o malmequer, o que é mais mais alta.

INQ1 Mais alta?

INF O mal- O malmequer nasce

INQ1 O malmequer é mais alto, ou não?

INF O [vocalização] malmequer é mais baixo. O malmequer é quando espiga a erva-gorda. O malmequer é alto, que até quando é para pelo diabo de da procissão ali de Prazeres, vai as raparigas ao campo e arrancam uma flor do malmequer, e andam: "Casas ou não"? "Casas ou não"? "Casas ou não"? E a arrancar as folhas ao malmequer.

INQ1 Olhe e uma, uma erva que servia para fazer chás, contra a sarna?

INF Uma erva que serve para fazer chás?

INQ1 Sim. Tomava-se chá contra a sarna.

INF Isso [vocalização] muitos

INQ2 Essa pergunta é qual?

INQ1 Esta. Está aqui explicado, como explicação.

INF um, [vocalização] Houvia ele muitas ervas dessas que se fazia chá, mas ele o nome dela é que eu não sei.


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