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LAR24

Larinho, excerto 24

LocationLarinho (Torre de Moncorvo, Bragança)
SubjectOs cereais
Informant(s) César
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INF Por exemplo, isto normalmente é no chão. No chão, quer dizer, terras fortes. Terras fortes são terras de renovo e terras de trigo. Por exemplo, a terra do trigo também se nesses chãos, mas o cereal não quer ser regado.

INQ1 Pois.

INF Não cereal nenhum que queira ser regado.

INQ2 Rhum-rhum.

INF O pão e trigo e cevada, não quer ser regado. Se o regarem, leva caminho. Ele não cresce. É a única coisa que não quer água.

INQ2 Pois.

INF Agora, o resto, milho, feijões, batatas, assim, isso gosta da água. Couves e saladas, etc.

INQ2 Pronto, isso é para terra de regadio e a outra é a terra?

INF É terras secas. Chama-lhe a gente terra seca, que não não pode, não quer água, pronto. Até, se vêm anos molhados, é como a conta que eu lhe disse: nestes terrenos que não sejam assulcados, que são um bocado molhados, leva caminho. Chocam-lhe as raízes, apodrecem.

INQ1 Pois.

INQ2 Claro.

INF [vocalização] O cereal é a única coisa que não quer água, que não se não se nas terras húmidas.

INQ1 Pois.

INF É.

INQ1 Aqui essas terras não lhe chamam terras de secadal? É

INF Ter- Terras de secadável é as tais que não têm água, as tais do cereal do pão.

INQ1 Exacto.

INQ2 Chamam como?

INF São terras secadáveis, terras secas, terras secadáveis. Terras do renovo são terras frescas, terras terras com com força e e águas, pronto, as que . Que muitas terras que também não têm água,

INQ2 Pois.

INF mesmo se são fundas, boas, e põe-se renovo. Não água, pronto, não água, mas pronto, tem a terra um uma certa profundidade, uma de- uma certa frescura, que vão criando renovo sem se regar. Claro, regando, é melhor. Agora, o cereal, não. O cereal praticamente dá-se quase numa fraga. O pão é a única coisa Pronto, o pão e trigo e cevada, assim de terra [pausa] para seco Dá-se em terra, pouca terra. Num palmo ou dois de terra, dá-se o cereal. Porque [vocalização] essas fragas, isso que vêem por afora, essas terras assim ruins não são não têm chão. São terras Anda a charrua do animal quase a bater por baixo no roço. Mas o cereal dá-se.

INQ1 Ah!

INF Dá-se, porque, é claro, pasta na flor da terra e o cereal é criado praticamente na época do Inverno e das humidades.

INQ1 Pois.

INF Porque semeia-se no fim do Verão, portanto, agora ainda nas terras sim, não é? , mas agora está criado. Agora estamos nas segadas. [vocalização] atravessa praticamente a parte do do terreno com mais [nome] a terra. É a razão de se ele fabricar. Porque se fosse posto como o renovo agora daqui para a frente, também não se dava.

INQ2 Não se dava?

INQ1 Pois.

INQ2 Pois claro.

INQ1 Sim senhor.

INF E é a razão de se ele dar, que apanha o Inverno todo e [vocalização] pronto, e vai. Quando pega a terra a secar, está ele em termos de segar É agora a altura da ce-, da ce- da ceifeira, de segar as terras, pronto [vocalização] E é E é isso que se ele . É por isso que se ele .


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