INQ Olhe, e o, aqueles sítios onde os gados andam a comer, chama-lhe o quê? Leva o, as ovelhas, o rebanho das ovelhas para uma quê?
INF Para um, para um Para umas relvas, que é restolho de trigo.
INQ A relva é o restolho de trigo?
INF É o restolho de trigo, é o restolho de de cevadas… Bem, é restolho; isso é umas relvas. [pausa] Espere lá aí. É um- [pausa] As relvas… [pausa] Pois. É isso mesmo! As relvas é terras que foram semeadas. Há os pousios – a gente vai-lhe chamar, por exemplo, o pousio –, é terras que já há muitos anos que não são semeadas, nem têm árvores nem nada. É o pousio. Está em pousio, que não está lavrada, nem está… A gente pergunta uns para os outros: " [vocalização] Então andas aonde"? "Ando no pousio, em tal banda, assim, assim". Porquê? Não está lavrada, nem está para lavrar, [pausa] e é chama-se-lhe o pousio.
INQ Sim.
INF E há as relvas [pausa]
INQ Que foi lavrada?
INF que é lavradas. Pois.
INQ Pois.
INF E há, por exemplos, nos barbeitos. Num barbeito chama-se-lhe, no, no No barbeito chama-se-lhe, por exemplos, uma seara, uma terra que antigamente levava milho. E E depois ficava esse Verão. Apanhava-se o milho e ficava, que era para ser um barbeito para semear-se trigo no outro ano a se- – nesse ano a seguir.
INQ E porque é que se chama um barbeito?
INF Por causa de ter sido lavrada e de estar de estar de pousio – que não tem nada. Tanto, era Estava de pousio, vá. Lá está a tal razão de pousio.
INQ Estava de pousio esse bocado, esse tempo?
INF Nesse bocado, nesse tempo. Que depois tornava a ser semeado – para semear trigo. Que ela levava É o barbeito. Que era: tinha levado milho, ou levado grão, que era para depois essas terras passarem o Verão, o calor passar por elas, que é para darem a seara melhor depois para o para o outro ano. Depois a seara era melhor.
INQ E a essas chamava-se um barbeito?
INF Um barbeito. As que tinham sido tratadas – que já tinha sido semeadas! [vocalização]
INQ Mas é, será o mesmo que noutros sítios chamam o alqueve, ou não?
INF Bom, o alqueve chama-se [vocalização]… Isto há umas pequenas diferenças – ele cá na gente, cá na nossa linguagem… [vocalização] Um alqueve é dentro dum chaparral. [pausa] Portanto, terras terras de mato são alquevadas. Hoje, hoje
INQ E portanto deixam só, para?…
INF Hoje já é tudo é passado à grade [pausa] com tractores. Mas chama-se-lhe um alqueve à mesma. Enquanto isso o barbeito já é outra maneira: chama-se terra que deu uma seara.
INQ Pois.
INF Deu a seara de grão ou deu seara de milho…
INQ Rhum-rhum!
INF Já outras coisas já não é. Já depois Porque a seara se desse trigo ou desse… Dandem trigo ou dandem cevada, já é um já é umas relvas.
INQ Pois.
INF Já não é Já não é o barbeito. O barbeito é as terras…
INQ Portanto, é milho e depois?…
INF Grão, e fica a terra… Arranca-se aquilo, fica a terra [vocalização] sem uma erva, sem nada; mal aparece umas ervazitas, que é isso que o gado lá vai comer – aquelas folhas daquelas coisas; e depois para se semear trigo depois logo ali em Setembro. Pois é assim. Chama-se-lhe isso barbeito.
INQ Sim senhor. Olhe e nunca acontecia, por exemplo, deitarem para lá uma erva, para uma, para uma terra de, semearem erva para o gado lá ir comer de propósito?
INF Sim senhora. Chamam-lhe
INQ Chamam-lhe o quê?
INF Isso é mesmo próprios. É mesmo o próprio clima. Até aqui nestes olivais, ele há ali semeada. [vocalização] Chama-se-lhe a essa erva, chamam-se-lhe: azevém!
INQ Azevém. E àquela terra ali toda semeada de azevém chama-lhe o quê?
INF [vocalização] Um pastoreio para o gado.
INQ Pastoreio. Uma pastagem? O senhor há bocadinho falou da pastagem…
INF Pronto, era [vocalização] Pastagem para os gados. Pastagens. Bom, pastagem é uma qualquer, mas aquilo é mesmo pastoreio para o gado. Mesmo uma erva para para pastoreios.