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MIG15

Ponta Garça, excerto 15

LocationPonta Garça (Vila Franca do Campo, Ponta Delgada)
SubjectAs aves
Informant(s) Amílcar Amoedo Amós
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

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INQ1 Aqui, para se apanhar passarinhos, melros, não, não se costumava pôr uns melros amarrados em baixo para ele bater as asas, para eles virem?

INF1 Na- Não senhor. Alguns deitavam um pássaro em baixo, ou morto, ou amarravam ele . Mas muitos é primeiro engodo no terreiro. Deitam muito trigo ali. Está ali uns dias a engodar o terreiro e a praga junta-se. Sabem que ali naquele sítio , trigo, não é? E [vocalização] E armavam as redes aos domingos; esses ra- essa gente aos de semana iam caçar. Alguns amarravam um pássaro; e outros era engodar com trigo. Estavam ainda uns dias a engodar e, depois, aos domingos iam caçar. A praga juntava-se para ali, e quando ela estava cheia, puxavam a rede e apanhavam os seus melrinhos.

INQ2 E o que é a praga?

INF1 É [vocalização] É os canários, é [vocalização] é os melros.

INF2 Pois, e é os melros. Tem tanta praga!

INQ2 Praga é tudo?

INF1 Praga de tudo. Tudo quanto cair ali dentro é tudo praga. Tudo é Tudo o que fica dentro da rede.

INF3 Ele hoje não falta pardales aqui.

INF2 Isto é tudo melros.

INQ2 Pois é.

INF3 Pois .

INF1 Eles não querem Eles não caçam os pardales, que eles afirmam que não é bom. Afirmam que não é bom. Aquilo não é bom canário.

INF3

INQ1 A negaça?

INQ2 Diga .

INF3 Era com esse, um melro morto, às vezes, que se punha num espeto para fingir que estava vivo, chamava-se-lhe negaça.

INQ1 Para fazer que era

INQ2 Sim senhor.

INF1 Alguns deitavam arroz

INQ2 Então como é que se chamam estes melri-, melrinhos que andam agora assim, que são muitos?

INF1 [vocalização] É canari-. A gente tratam canarinhos. o canarinho da terra; esse [vocalização] pardal; o melro negro; muita qualidade de melro.

INQ2 Está bem.

INF1 Pelo menos ele os tudo quanto ia ao terreiro comer o trigo! Quando estava cheio, eles puxavam a rede.

INQ2 É tudo praga?

INF1 Aquilo era tudo praga. Eles então diziam: "Oh! Apanhei bastante a praga hoje"!

INQ2 E ficavam vivos ou morriam logo?

INF1 Ele ficavam vivos. Ele as pessoas depois é que matavam para vender nas lojas para f- para fazer iscas para, para para tomar com o seu copo de de bebida com o copo, os canarinhos.

INQ1 E nunca, nunca se costumava pôr uma espécie duma cola nos ra-, nos galhos, para ver se quando eles pousavam, eles ficavam presos?

INF1 Não. [vocalização] Se Se usavam isso aqui, eu, quer dizer, não sei. Penso que não.

INF3 Uma espécie de cola?

INQ1 Não havia cola?

INF3 Não havia cola.

INQ2 Pois.

INF1 Eu penso que não.

INQ1 Era uma coisa que se fazia

INF3 Não se punha cola que era para o melrinho ficar vivo.

INF1 Eu julgo que não Para o Para o melrinho ficar vivo.


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