INF1 Então eu andei aí na nas ceifas. Ele botava família aí de muitos lados. Não faziam muita diferença uns dos outros.
INQ Pois.
INF1 Então até andava um que chamavam-lhe – que era da Cabeça Gorda e que era que era lá…
INQ Já sei onde é.
INF1 Que- Quer dizer, que andava n-, n-… Havia um fogão – que a gente chamava-lhe um fogão que é [pausa] onde se fazia o comer, não é? –, onde a gente vinha comer. E ele era era lancheiro, ele cozia os jantares. E então, às vezes, estava-se a conversar, a falar no comer, e falava era era: "comera" e "bebera" e "não pagara". Era assim uma coisa assim.
INQ Sim senhor.
INF1 Mas ti- tinha assim um outro tom diferente. Era de cá do Alentejo, mas lá mais alto lá, [pausa] lá muito mais para cima.
INQ Sim senhor.
INF1 E tem assim uma s- uma pausa que eu nem sequer sei dar aquela pausa. E a gente, às vezes, até lhe dávamos assim graça. Mas era o tom de fala era aquele, [pausa] dele, do homem.
INQ Pois. Pois claro.
INF1 E então cada um tem lá a sua maneira, pois.
INQ Pois claro.
INF1 Mas eu então acho que que não quer dizer que as pessoas sejam assim instruídas como são em Lisboa, mas até acho que que esta região aqui que tem a a pausa de fala muito parecida com o que é lá na região de Lisboa, mais ou menos.
INQ Sim, sim. Sim, sim. É muito mais parecida.
INF1 Pois. Pois.
INQ Então o norte é muito mais diferente.
INF1 É muito diferente dum algarvio também.
INQ O algarvio também.
INF1 Pois. Também fazem uma fala mais, mais com uma pausa mais doutra forma.
INQ Pois, pois. É muito diferente. O algarvio é muito diferente de nós. E o norte também é muito diferente.
INF1 Pois. Com certeza.
INF2 A família de Lisboa tem uma pausa tem assim sempre uma pausa mais bonita que o que o que é para lá ou para outro lado.