INF1 Eu até tenho a reforma lá da da casa, como criado antigo desde a idade a idade de [vocalização] de quinze anos, que para lá andei a trabalhar até até à idade que pude. De maneira que ele chega lá e diz diz ele para mim: "Ó Guilherme, vá aí a a esses senhores". Depois fui lá ao pé deles, disse assim: "Afinal o senhor é que é cá o capataz da quinta"? "Sou sim". [vocalização] "Então, quem é que m- quem é que limpou aqueles sobreiros à borda da estrada lá ao cimo do aterro, ali daquela inclinação do aterro para cima"? "Foi uns rapazes que aí andavam, mas eu é que mandei, que eles não sabiam, não percebiam nada daquilo". Sabe a resposta dele para mim? "Os rapazes não percebiam e o senhor também não percebia nada". [pausa] Disse ele. Digo eu: "Está bem. Não me diga isso. Porque é que eu não percebia"? "Porque a poda da so- [vocalização] dos chaparros não são feitas assim". Eu disse assim: "É porque eu estou en- ensinado, por o senhor engenheiro Gustavo" – por um engenheiro que eu andei na companhia dele, que era lá da Escola Agrícola – "e do senhor engenheiro Hálio, de limpar os chaparros assim, os sobreiros". Porque a gente antigamente limpava os sobreiros e os chaparros era a crescer. Quer dizer, era assim se pode dizer, de chamava-lhe a gente à borla. Quer dizer, ficava só aquela ramalhuda na na ponta e tudo a crescer. Hoje não querem assim. E eu também já tinha informações que eles que não queriam assim, que o senhor Hálio já me disse que querem, mais ou menos, como a uma oliveira mas um bocadinho diferente.
INF2 É a fazer a roda.
INQ1 Ah!
INF Está a perceber? Não é com tanta… A oliveira é composta de rama tudo em volta. Divide-se, abre-se para o lado, porque [vocalização] a oliveira tanta tanto [vocalização] recebe azeitona – a oliveira ou qualquer árvore – p- por dentro, como é por fora. Porque as meninas já devem ter visto, às vezes estão muito carregadas por fora e por dentro não têm nada.
INQ2 Rhum-rhum.
INQ1 Pois.
INF Há outras às vezes árvores assim. "Ah, parece que não têm nada". Têm pouca azeitona. E a gente mete-se debaixo delas e olha e estão vergônteas carregadas. Portanto, limpa por um lado, por outro. Portanto, precisa de receber a [vocalização] a claridade e a, e a, e a e o vento bater para limpar. Que é a tal coisa da, da da prova da de ela se galar, de a azeitona se galar. Porque isto, é claro – não pareça mal esta minha palavra.
INQ1 Rhum!
INF Há homens [pausa] e há mulheres.
INQ1 Não senhora.
INF É claro. E tem que se fazer um conjunto para aparecer alguém.
INQ1 Pois claro.
INF Tem que ser. Tem que se fazer um conjunto. As árvores é a mesma coisa. É tudo a mesma coisa. O que é é diferente umas para as outras. Eu estou a chateá-las por causa… Com certeza…
INQ1 Não está, não senhora.
INQ2 Não está nada.
INF1 Depois digo, digo eu digo eu assim para esse: " Mas o senhor, [pausa] se quiser, diz-me. Vai ali"… Havia ali umas murtinheiras e havia ali uns chaparrozitos novos, uns sobreirozitos. "O senhor, se quiser, vai-me ali indicar um qualquer chaparro, um qualquer so- coiso ali e eu vou limpá-lo [pausa] da forma que os senhores querem". E depois fui limpar. Fui Fui limpar [vocalização] o sobreiro e limpei-o assim: "Sim senhor". E nunca me disseram nada. A seguir diz ele… "Agora fazia favor dizia-me se havia alguma diferença". Diz ele assim: "Não. Não há diferença nenhuma. Mas, olhe, o senhor sabe o que fez? Olhe, o senhor apanhava seis meses de prisão. [pausa] E aqui o senhor doutor apanhava uma multa, que se isso não era muito pequena". Sabe o que era? "Mas como o senhor deu como informações dos engenheiros donde andou a trabalhar – porque foram nossos professores – é que se os en- ensinaram, o senhor está desculpado. [pausa] Está desculpado. Porque, senão, era assim. Porque o senhor indica". Porque tive eu trabalhei ali com engenheiros que, enfim…