INF Você, se for a uma adega e se vir o tone- o coiso, você ponha-se a olhar e vê: o postigo [pausa] é cavado mais por dentro.
INQ Rhum-rhum.
INF Quer dizer, [pausa] quando foi cortado não foi assim a direito. Foi assim, todo assim em volta, mas foi mais cavado por dentro, por dentro, que é para apertar ali.
INQ Por dentro.
INF Que aquilo serve para o para o adegueiro ou um rapaz ir lavá-los por dentro. Que é preciso lavá-los, tem que lá ir dentro. Entra. Entramos assim, com um braço atrás e outro adiante, de banda – entra ali de banda, entra lá para dentro.
INQ Vai lá para dentro.
INF Um buraco pequeno! Entra lá para dentro. Depois lá vai lavá-lo, arranjá-lo. Porque, às vezes, há tonéis que [vocalização] recebem podre, recebem mau gosto, mau cheiro e depois para agarrar o vinho. E, às vezes, recebem aquele podre, naquelas aduelas, recebe aquele podre, e tudo. Eu tinha por mim – havia químicas para lavar –, mas eu tinha por mim [vocalização] umas coisas melhores que há, antigas, velhas, que eu tirava melhor e lavava-os melhor. Era potassa com água com, com com cal branca, água da cal branca.
INQ Rhum.
INF Ia lá para dentro, lavava-se lavava-os tudo bem lavado. Depois, no fim de estar lavado e tudo, ia lá para dentro com um caldeiro com isso, pincelava-o todo em volta. Come tudo. [pausa] Tudo! Se deitar um bocado de cal branca c- juntamente com com potassa para dentro do barril e que vá enxugá-lo, aquele aquele coiso que lá está, aquele aquele preto do vinho, aquilo que está aquilo agarrado, come tudo, sai tudo para a rua! Sai. Parece o vinho que sai.
INQ Não sabia.
INF Sai tudo. Sai tudo para fora. E então isso tem que se lavar. Se não mesmo Se não é lavado, e se tem mau gosto, e se tem mau cheiro, essa coisa toda… Eu tinha até perfeição nessa coisa, que eu que os engenheiros até diziam que tinham confiança em mim e podiam ter. Tivendo coisa Tendo Estando ruim, eu não metia lá o vinho, que depois o vinho saía com aquele gosto. O vinho sai! O vinho é muito guloso! Recebe qualquer qualquer sujidade, qualquer coisa que tenha! Olhe que o vinho é muito guloso! Recebe! E eu n-, n- nunca quis. Tira- Eu tirava-lhe aquilo tudo. E nunca o ia meter lá dentro, sempre ia perguntar para verem, para verificarem se estava ou não. E eu lavava e tudo. Porque senão depois, se não lhe tirarem se não lhe tirarem o mau gosto, ou o mau cheiro, ou ou o azedo [pausa] – que, às vezes, muitas vasilhas azedam; não são lavadas capazmente, não secando se candeia , não as lavam… O mesmo que há em nossas casas: às vezes, uma vasilha pequena tem vinho ou coiso, se não for lavada, azeda.
INQ Pois.
INF Nem que seja vidro! Azeda! Tira logo caminho. O que, se tira, é fácil. Azeda. De maneira que que vai para dar mecha e ele não toma. Se for meter em cima duma mecha a arder para baixo, assim que entrou à coisa para dentro, apagou-a logo. O azedo ou o ponto apaga logo de caminho. Não o toma. Não arde. Não arde. E a mecha faz falta. [pausa] A mecha faz falta para a madeira porque faz tem dois sentidos: é que queima todas as impurezas que tem, quer dizer, aquele cheiro, que a gente depois fecha, bate-o bem batido, e reperta a madeira, e não entra o bicho na madeira. Com aquele cheiro da mecha e tudo, não entra o bicho na madeira. Reperta e e aperta, começa logo a a estalar, a madeira a trr, trr, a 'repertar', a 'repertar'. Está aquele vapor, aquilo ardeu lá dentro – que a mecha não apaga –, ardeu lá dentro, e é claro, tem que 'repertar'.
INQ Rhum-rhum.
INF Tudo dá esse lugar.
INQ …
INF É isso que o que acá o velhote também fazia e tinha experiência nisso.