PST14

Camacha, excerto 14

LocalidadeCamacha (Porto Santo, Funchal)
AssuntoA alimentação
Informante(s) Acidália Aarão

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INQ1 Olhe, e quando se salgava carne, onde é que, não havia uma coisa que se, onde se punha a carne toda salgada?

INF1 Então não é? Era uma salgadeira. De primeiro, era uma salgadeira de madeira, que minha mãe tinha.

INQ1 De madeira? E que punham o quê? Iam pondo a carne e o sal

INF1 E punha [vocalização] Salgavam. O meu pai salgava numa banheira e depois ia arrumando direitinho. E a cartola era de madeira por fora e por dentro era coberta de cimento, [pausa] para não derramar a moira. A moi

INQ1 Para não derramar o quê?

INF1 Derramar a moira. Porque a moira tinha que abafar a carne, quando não, dava-lhe o ranço.

INQ1 E como é que se fazia a moira?

INF1 Era com sal. [pausa] Eu fazia com sal e depois deitava-lhe um ovo. Se o ovo viesse acima de água, [pausa] a moira estava pronta.

INQ1 Portanto, depois de cobrir tudo com sal, deitavam-lhe a moira por cima?

INF1 Sim senhor. E até minha mãe punha umas pedras para a carne não levantar. Sim senhor. Ainda me lembra o

INQ1 E quanto, e quanto tempo é que isso durava? O ano inteiro?

INF1 Era co-, p-, podia-se Podia-se salgar hoje [pausa] e começar a comer [vocalização] amanhã. E se tivesse carne que desse para o ano inteiro, mas estava em cima daquela moira, nunca se lhe tocava com as mãos

INF2 Era tirado com um garfo

INF1 Era tirado com um garfo e a moira não [vocalização] . Porque [vocalização] tocando com as mãos, a moira [pausa] ficava estragada.

INF2 Que estraga a moira.

INQ2 Estraga-se.

INQ1 Estraga-se.


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