INQ1 Esse, não sei se há cá, que dá uma, que rói a?…
INF Isso é o escaravelho. [pausa] Seja por amor de Deus que não há por aqui.
INQ1 Deixa, vira à frente. O escaravelho não se parece mais com este?
INF [vocalização]
INQ2 Acho que não. O escaravelho de aqui, que eles anunciam no aeroporto não é este.
INQ1 Não é esse.
INF Não. Ele a gente aqui não tem disso, seja por amor de Deus. Isto também é um bicho que eu não sei o nome dele.
INQ2 Olhe, e há um muito parecido com este que até levanta o rabo?
INF A gente cá chama-lhe fura-pés.
INQ2 Fura-pés?
INF Fura-pés.
INQ2 Mas ele não faz mal nenhum?
INF Morde!
INQ2 Ai é?
INF Morde, sim senhora! Já me chegou a morder, em pequeno, num dedo!
INQ2 Ah, mas levanta o rabito?
INF Levanta o rabinho para cima.
INQ1 Todo preto?
INF Todo preto. A gente tinha uma bacia [pausa] destas de [vocalização] de loiça, ali no neste quarto atrás. E o que havia eram as armações em ferro – não sei se os senhores conheciam, que a gente de lavar as mãos.
INQ2 Sim, sim.
INF E ele esse bicho ia ali para dentro. E eu pequeno, a mexer com ele, a mexer com ele, e ele ferra-me uma grande ferrada num dedo! –
INQ2 Que horror!
INF com aquela tesoura. Ele tem como uma tesourinha.
INQ2 Ai, é como uma tesoura?
INF É com uma tesoura, é.
INQ2 Ah, então já sei.
INF É.
INQ1 É quase no fim de tudo. No fim. É no fim mesmo.
INQ2 Espera aí.
INF É isto mesmo! É isto mesmo! Sim senhora. [vocalização] Ele morde é com isto. É.
INQ2 E chama-lhe como, então, a esse?
INF Fura-pés.
INQ2 Fura-pés.
INQ1 É mais castanhinho?
INF É.
INQ2 A tesoira.
INF E há umas outras que chamam ferreiras, que é um bicho mais curtinho e mais grossinho, parecido a a ele. Talvez
INQ2 Mas também tem tesoura atrás?
INF Não senhora.
INQ2 Não.
INF Na boca.