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STJ67

Couço, excerto 67

LocationCouço (Coruche, Santarém)
SubjectNão aplicável
Informant(s) Danilo
SurveyALEPG
Survey year1991
Interviewer(s)Ernestina Carrilho Maria Lobo
TranscriptionSandra Pereira
RevisionErnestina Carrilho
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

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INF Ele Eu outro dia estiveram ali umas pessoas minhas conhecidas, que eram de investigação florestal, vieram aqui, e em Mora disseram-me: "Não para para o Couço, que é comunas". Mas no Couço não havia e chegaram aqui, encontraram-me, e eu vim com elas. Disse: "Ó Dédalo, olha que dizem que tu" "Ó senhor Danilo, tive essas ideias mas hoje, desde que montei essa casa, não sou comuna". E [vocalização] não se pergunta de política. "Eu não" Eu disse-lhe para ele: "Eu não sou político, nem quero saber da política [vocalização] ". Disse: "Olhe, as gentes são boas"! No outro dia estive aqui de manhã com eles, dizem-me eles: "Realmente, [pausa] encontrámos uma pessoa que não encontrámos em Mora e noutros lados! Isto é gente boa! Tanto faz o homem como" Tem as suas paródias e as suas coisas, as suas mangações, que todos temos.

INQ1 Olhe, as pessoas que iam trabalhar, não iam trabalhar ao dia?

INF Não, trabalhavam à semana. o hábito era: era contratado à semana, e

INQ1 E ganhavam à semana?

INF E ganhavam à semana. Mas havia também contratos de fulanos ao mês, a trabalhar. Tanto que esses boeiros, esses ganhões, era tudo ao mês tudo ao mês. Chegavam ao fim do ano, recebiam as suas mediaduras e as suas forranças. Recebiam uns tantos alqueires de trigo, uns alqueires de milho chamavam-lhe as forranças ao fim do ano. E tinham horta Por exemplo, havia lavouras aqui com um vento extremo. O avô deste O avô deste era onde Os criados melhores na região eram do avô deste. Dava terras, e dava soldada e dava melhores garantias o avô do Doutor Delfim.

INQ1 Sim.

INF Dava terras, não queria ninguém debaixo dos telhados dele que passasse fome nem andarem mal arranjados. Dava terras, dava estrume, emprestava-lhe o gado, [pausa] trabalhavam, dava uns dias para trabalhar, para tratarem das hortas. Não queria ninguém com fome! Esses que eram malandros, que não trabalhavam, o gajo chegava ao fim do ano: "Tens de ir perguntar outro patrão. para este patrão não serves. Não trabalhas! Não arranjas comer para comer, nem para a mulher, nem para os filhos" E dava. Ele repartia ao fim do ano, à socapa. A mulher era assim, era bastante , mas ele à socapa, ele dava. Fazia muito bem a muita gente! O avô deste! O avô deste! Dava Dizia então ele para mim: "Ó Danilo, quanto mais dou, mais tenho! [pausa] Quanto mais dou, mais tenho"! Ia com um saco à socapa, metia por baixo da porta e não queria que ninguém lhe agradecesse. Cada um tem os seus temperamentos!

INQ1 Pois é.

INQ2 Pois.

INF Era o tipo que na Agora o avô do engenheiro, esse era um explorador. Quem não tivesse habilidade para trabalhar para o avô do engenheiro não não trabalhava.

INQ1 Rhum-rhum.

INF Dizia-se que o avô do engenheiro era era mercenário.


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