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TRC55

Fontinhas, excerto 55

LocationFontinhas (Praia da Vitória, Angra do Heroísmo)
SubjectA alimentação
Informant(s) Camolino Celisa Cesaltina Elódio
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationMárcia Bolrinha

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INF1 Nem a pequena nunca escreveu.

INF2 Nem a pequena ainda não escreveu. Que ela escreve sempre é ali sentada na cama. Não escreveu ontem, queria-se era deitar, deitou-se. tardíssimo que a gente se deitámos.

INF3 à noite.

INF2 E [vocalização] E hoje levantei-me, estive derretendo a minha matança

INF3 A mãe sempre foi ontem baixo buscar à Praia buscar o toucinho?

INF2 Fui. Fui no carro desta senhora. Fui e vim no carro deles. [pausa] Eles ainda estiveram à minha espera.

INQ Ah! Estivemos à sua espera?! Não tivemos tempo A senhora depois ainda esteve à nossa espera outra vez.

INF2 Não! Estiveram então à minha espera ainda para me trazer para cima no carro. Porque aquilo está mau, então é à vez. Tiram uma se-

INQ Estava muita gente!

INF2 É à vez!

INF3 É, vai muita gente vai.

INF2 Era um aç- Era um açougue, e o que tinha saído, senhora!

INQ Sim, tinha saído muita gente.

INF2 Se tinha saído! Era um açougue que a gente queria-se mexer dentro e não podíamos.

INF3 Tudo atrás do toucinho, porque não agora e eles vão é à busca do toucinho para os torresmos.

INF2 Tudo atrás do toucinho! Toucinho. É. E gente que compra canelos! Uns é por canelos e carne para comer.

INF1 Vai aviando, que eles têm que desgastar aquilo tudo.

INF2 E os outros é para derreter.

INF1 Uns levam uma coisa e outros levam outra.

INF2 Derreteu e fiz aquela gordura que está ali.

INF3

INF2 Mas não Mas não não dão mais que cinco quilos a cada um. O filho

INF3

INF1 Querem contentar todos.

INF3 Não é o que querem.

INF2 Não é o que querem!

INF1 Não! É a contentar todos .

INF2 Ainda o pequ o rapaz do Canuto disse-me: "A tia que A tia, que é queria"? Digo eu: "Queria dez quilos". Diz ele: "Não pode ser. Não pode ser. Há-de ser cinco, que é como os outros". Digo eu: "Há-de ser o que o senhor puder amanhar. O senhor há-de fazer como faz aos outros. Eu não sou diferente dos outros. O senhor há-de fazer como faz aos outros". Pronto.

INQ Acho que muita falta de banha.

INF2 .

INF1 e esteve uma desgraça.

INF3 muita, muita, muita!

INQ Eu quis comprar também um bocadinho de banha derretida , mas não, não havia.

INF2 Não .

INF1 Não vendem.

INQ Diz que estava esgotado. Não havia.

INF2 Não . Em tempo havia, mas agora não . A gente comprava era sempre pronta a [vocalização] fazer comida, mas agora não .

INQ Pois, pois.

INF2 E cada vez é pior.

INQ Mas porque é que será?

INF3 Falta de porcos para matar.

INF2 Falta de porcos.

INQ Ai é?

INF2 É.

INF3 É falta.

INF4 Mas a falta de porcos [vocalização] o lavrador é que teve a culpa.

INF2 Foi! Ele foi então!

INF4 Eles eram não pagavam bem que desse para o para o tratamento

INF1 ! Não Não dava para as despesas.

INQ Pois.

INF4 Depois eles [pausa] deixaram de de criar porcos. Agora ninguém tem porcos: eu não tenho para vender, aquele não tem porque não tem, e querem é comprar

INF2 É, é.

INQ Pois.

INF4 Eu tenho medo que me falhe.

INF3 Eu tenho mas é para para gasto de casa. Depois quando for mais daqui a uns meses [vocalização] Estou engordando para o matar. Que eu tenho-o para o gasto de casa. Pronto, é na altura em que não .

INQ Pois.

INF2 Mesmo aquilo não vão bem gordos para , Eládio.

INF3 Eles mesmo não querem.

INF1

INF2 É engorlentados.

INF3 Eles mesmo não querem. Quando é para vender, eles não querem porcos muito gordos.


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