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COV32

Covo, excerto 32

LocalidadeCovo (Vale de Cambra, Aveiro)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Arquibaldo

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INF Olhe, aqui em cima, aonde está uma cruz, foi um cunhado desta senhora que está aqui, que é o Ático Ele quando Ele fez-se uma Ele Ele formou-se uma trovoada muito grande! Eu até andava com as vacas a mais um tio meu aqui nesta costeira aqui. E depois fez-se aque- armou-se aquela trovoada. E o rapaz andava longe, perto da Albergaria com o gado e uma irmã minha que está na Macieira e uma velhota que morreu que até era coxa duma perna ali de de Lugar e um rapaz que morreu que era que era Atilano também era mais pequenito, mais ou menos como é este , e ele o rapaz era maior tinha os dezassete anos , e abalou adiante: "Txó, txó, txó, txó"! Quando "txó, txó, txó", o gado encarreirava todo atrás daquela pessoa. Tal e qual, tal e qual atrás daquela pessoa, que aquilo é Ca- Caminhava! Tal e qual.

INQ1 Rhum-rhum.

INF E depois o rapaz vinha, veio aquela faísca [pausa] matou setenta cabeças de gado donde ele estava! E ele morreu na frente do gado tão longe como está aqui a Gabriela de mim , ele caiu assim [pausa] com o pauzito na mão, o chapéu caiu e o gado começou a morrer todo em carreira até cima. O que estava dum alto para , não escapou uma. O que estava do alto para trás e eles que vinham de trás, esses não morreram. Ele escaparam. Mas tudo o que estava do alto Eu queria que as senhoras vissem. É logo aqui em cima.

INQ1 Ah!

INF Morreu tudo! está! Olhe que foi em 1919 19 ou 29, não estou bem certo

INQ1 Rhum-rhum.

INF que o rapaz morreu. Sabe? E aquilo morreu tudo. Setenta cabeças de gado!

INQ1 Que horror!

INF Porque depois até Eu, eu era pequeno, como este, e depois fui dos primeiros que cheguei. Porque aquilo vinha Depois começou a vir uma cabeça de gado, outra, outra, outra, começou tudo a gritar. Porque os dueiros não apareciam! [vocalização] Ele voltámos todos a ver, eu a mais esse Beni-, Benigno esse senhor Benigno que era daqui, metemos a Maçoiros. Fomos os primeiros a chegar . Chegamos , o rapazinho estava assim caído com o pau na mão direita, o chapéuzito assim, e ele d- a deitar sangue pela boca, pelos ouvidos, pelo nariz, a deitar sangue, e ele assim caídinho e o gado todo estendido atrás: era um para aqui, outro para acolá, todo caído. Isso foi horrível! Isso foi uma coisa!

INQ2 Que horror!

INF Isso foi horrível aquela aquela coisa!

INQ1 Mas foi uma faísca?

INF Foi uma faísca. E o rapaz, depois não se podia pa- [vocalização] Quando foi que ele morreu, depois quando se ele mortalhou, ia-se a pentear e ele largava o cab- bocados de pele e de cabeça.

INQ1 Ah!

INF Depois nem o penteavam.

INQ1 Porque aquilo que-, queimou-o todo?

INF Queimou-o todo! E depois a botar aqui na pelezinha dos ombros, aqui assim Porque aquilo depois a faísca caiu e meteu-se quase ao dele. Olhe que o [vocalização] o pauzito que ele tinha meteu-se debaixo duma pedra e o chapéu, tev- esteve mais de trinta anos! [pausa] Sem apodrecer nem nada! Faz de conta que se meteu naquela altura debaixo da pedra.

INQ2 debaixo.


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