INQ1 Também no linho para, já agora para acabar uma coisa que não ficou perguntada, com as sementes do linho, até se fazia antigamente umas papas…
INF Quando se estava com com os brônquios a [vocalização] atacados, nós levámos muitas vezes disso.
INQ1 Como é que se chamava? Papas?…
INF É papas de linhaça. E eu há bocado não me lembrava: a semente chamava-se a linhaça.
INQ1 Pois.
INF Mas eu, por isso, eu,
INQ1 Por isso não ficou…
INF a senhora dona Custódia não estava, e eu estava, digo eu assim: "Ai, meu Deus! Eu tenho tantas dificuldades"…
INQ1 E não havia nada que se chamasse bagarela?
INF Não.
INQ1 Ou baganha?
INF Baganha só do milho, do, do o do vinho! A baganha do vi-, de das uvas.
INQ1 Ah! Está bem.
INF Aquela baganha que a gente depois punha às vezes a secar,
INQ1 Olhe… Ah!
INF cai fica no fundo das pipas, das das dornas,
INQ1 Ah!
INF e a gente tira-a daquilo e depois até dava às galinhas e assim. E dantes até se mandava moer cá em casa. Mandava-se moer para barrar as, as as coisas dos porcos, as as peças. Que a gente matava os porcos e depois quando se tirava, depois de barrar aquilo com aquela com aquela coisa do vinho aquela… Mandava-se moer aquela far- aquela baganha.
INQ1 Ah!
INF E ficava aquela… Ficava farinha assim [vocalização] forte, não é? E [vocalização] E a gente punha sempre num bocadinho de vinho, e fica- fazia aquelas papas com um bocadinho de pimenta, e untava aquela as peças da carne todas que era para depois ir para o fumo.
INQ2 Ah! Olha que engraçado!
INF Aqui até não se punha muito ao fumo. Punha-se aqui pendurada – a cozinha era grande – e a gente pendurava em cima num- numa trave,
INQ1 Ao ar.
INF engalhadas num num coiso de arame, e estavam ali penduradas. E usava-se a isso: essa, e essa essa farinha, essa baga-. A baganha era para isso. Punha-se a secar e no fim ia para o moinho.