LUZ05

Vale Chaim de Baixo, excerto 5

LocalidadeVale Chaim de Baixo (Odemira, Beja)
AssuntoA ceifa, a debulha e a desfolhada
Informante(s) Cirilo Ciro

O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.


INQ1 E o mantulho era o quê?

INF1 O mantulho era aquela coisa que enrolavam à roda da palha para o trigo para a, para o

INF2 Para o trigo não cair tanto.

INF1 Para o trigo e para a palha não sairem dali.

INQ1 Rhum-rhum.

INF1 Porque a gente quando tendo a mão muito aberta, assim, uma medida que não está a abarcar demais.

INF2 Uma mancheia de aveia.

INQ1 Pois claro.

INF1 Pegava-se nisso, fazia-se o mantulho.

INQ1 Pois.

INF1 Pois. Passava-se assim pelo dedo. Em indo, passava-se pelo dedo. Chegava-se a ponto aquilo era um um manchorrão de trigo que

INQ1 Portanto, e essa

INF1 muito grande!

INQ1 E, portanto, essa parte toda que depois iam largar é que era a quê? A?

INF1 Era Era a paveia. Pois. E depois da paveia

INQ2 Onde é que punham a paveia?

INF2 No chão.

INF1 Pu No chão. Punha-se no chão. E depois, quando chegasse quando Depois de ter aceifado três ou quatro horas, ou as que for aquilo era quase sempre três horas a aceifar, que a gente tínhamos sempre umas às onze horas até ao meio-dia era para atar. Pois. Era então fazer o tal o tal mantulho. Mant-. Pois. O mantulho. Era o mantulho. Chamava-se o mantulho. É. Era o mantulho que a gente fazia. À paveia, à [vocalização] primeira mancheia que a gente fazia, aquilo era o mantulho.

INQ1 Rhum-rhum.

INF1 E depois do mantulho, era quando se fazia a paveia e que deitava-se no chão; e depois quando se fosse atar, [pausa] tiravam-se Chamava-se tirar o atilho. Tirava-se-lhe o atilho, fazia-se-lhe o atilho, punha-se no chão, pegava-se nessas paveias, punha-se em cima [pausa] do atilho, apertávamos o atilho, fazíamos-lhe a murça.

INQ1 Que era o quê, a murça?

INF1 A murça? A murça é aquela parte de enrolar de enrolar o atilho o atilho, no no atilho para se ele não não sair.

INQ1 Rhum-rhum.

INF1 Que aquilo não, não não se o . O fulano agarrava e faz ali uma murça.

INQ1 Ah, murça!

INQ2 A murça, portanto, é o

INQ1 É a maneira de atar?

INF1 É a maneira de atar.

INQ1 É a maneira de atar.

INF1 É a maneira de [vocalização] atar na ponta do atilho.

INQ1 Pronto.

INQ2 Mas é a maneira de fazer o, de fazer o atilho ou é a maneira de atar o molho?

INF1 É mesmo à maneira de de atar o molho.

INQ2 De fazer o at-?

INF1 De atar o molho e fazer o atilho.

INQ2 É as duas coisas.

INF1 Pois. Não é como uma murça. muita gente, se for desta malta aqui e ali, se for fazer [vocalização] uma murça num atilho, não dão feito.

INF2 Não sabem fazer.

INF1 Não sabem fazer.

INF2 Não.

INF1 Pois.

INF2 Não dão feito.

INF1 Não dão feito, que aquilo E eu, pronto! A gente fazia a murça e

INQ1 E depois o que ficava, era o quê? Depois de a murta estar

INQ2 A murça.

INQ1 Murça estar feita, o que ficava na terra?

INF1 Era o molho. Era o molho de trigo. Pronto, ficava o molho de trigo.

INQ1 Olhe, e alguma coisa a que chamassem gavela?

INF1 A gavela?

INQ1 Gavela.

INF1 Então isso uma gavela era a gente fazer uma mancheia de trigo muito grande, muito grande, fazer com cinco ou seis mantulhos. Pois. "Eia ! Tal não é a gavela que aquele fez"!

INQ1 Portanto, era uma paveia muito grande

INF1 Era uma paveia muito grande.

INF2 Pois.

INF1 Pois. Até dizia assim: "Olha, [pausa] aquele gajo fez fez uma gavela tão grande ou fez três ou quatro gavelas que deu logo um molho". Pois.

INF2 Pois é isso.

INF1 , n- não ia à paveia.

INQ2 Pois, pois. É isso.

INF1 era era logo gavelas.

INQ1 Pois é.

INF1 Pois.


Guardar XMLDescarregar textoRepresentação da onda sonoraRepresentação em frases