INQ Portanto, aquilo chamam uma quê?
INF Prancha.
INQ Uma prancha de cortiça.
INF Uma prancha.
INQ E portanto, quando o senhor, quando os senhores tiravam a cortiça, depois tinham que pôr a cortiça toda em?…
INF Em pilha.
INQ Chamavam uma pilha?
INF Punham em pé. Era carregada Era carregada com tra- com carros de antigamente, e hoje como é e agora já é com tractores, e depois andam lá uns homens a empilhar, fazem uma pilha, que é para depois ser pesada – que hoje já não é pesada; hoje já vendem tudo é a o- é assim a olho…
INQ A olho.
INF A um tanto… É até ao metro quadrado! [vocalização] Eles sabem, mais ou menos, que um metro quadrado de pilha tan- tem tantos arrobas de cortiça. E então fazem aquilo já assim. Tanto, lá há as suas Lá há as suas coisas entre eles porque porque quem compra acha que que tem menos arrobas de cortiça e quem vende acha também que tem mais qualquer coisa. Há sempre aquelas [vocalização] coisas.
INQ Pois.
INF E antigamente não era assim. Antigamente chegava-se ali, lançava-se o peso da cortiça, iam para lá uns homens – uma porção de homens – pesar com três ou quatro balanças, pesava-se a cortiça toda e o que ela dava é que eles vendiam. Hoje já não é… Hoje já não há esta coisa de peso.
INQ E eles não faziam fardos de cortiça?
INF Faziam, sim senhora. Que eram carregados em fardos para as fábricas. Que hoje também já não se carrega. Hoje já também já é tudo em camionetes. [vocalização] Pxt! Ala! Directamente. E dantes havia uns era uns fardos, que vinham dentro duns uns carros de parelhas – que havia aqui na nossa região –, carregados para Vendas Novas para a estação de caminho-de-ferro e dali saíam para as para as estações, para a, para as para as fábricas.
INQ Rhum-rhum.
INF Era tudo coisas que… [vocalização] O antigo!
INQ Pois, pois.
INF E era assim que se governava a gente. E era assim que se a gente vivia!