INF Porque é preciso ver, vamos lá, a rega; que se a gente tem que andar ao pé dela a regar. Porque há terrenos [pausa] que [vocalização] não é dado a gente ir botar a água… Que há aí águas que a gente não pode ir vir cá botar e deixá-la lá ficar, que pertencem a outros, mas [pausa] pertence de rega. A gente tem que vai, rega, [pausa] anda ali ao pé dela. Regou, vai tornar [pausa] outra vez. Vai botar fora, vai botar para onde ela andava, ao caminho que ela trazia. E essas águas [pausa] são de particulares, mas que [pausa] têm parte, [pausa] que a gente também tem. [vocalização] Mas… Como, têm [vocalização] Temos uma coisa que é de [pausa] do São João [pausa] a 18 de Setembro. Aí, as águas, é tudo partilha, cada um tem as suas. Mas despassa se passa o 18 de Setembro, as águas pertencem só ali. A gente só pode vir ir cá botá-las, mas é [pausa] para ir regar. Se ela lá estiver, a gente: "Olha, eu vou regar aquilo" mas depois tem que ir botar para a do vizinho, como na- nas açudas, não é? Nós aqui [pausa] não, mas temos [vocalização] para trás das, vá aqui te-, para cima, temos muita largueza. [vocalização] Já se vê até verde lá cima e, olhe, até se vê daqui uma casa, lá. Está a ver? Para ali temos umas larguezas, chamamos chamamos-lhe nós as madorras. Aquilo é uma Aqui numa planície grande. Já lá têm tem pousado até [pausa] aviões de emergência. Já lá pousaram dois. Mas aquilo é, é é muito grande, é uma largueza muito grande. Ora bom, daí tem os nascentes…
INQ1 O que são os madorras? É essa largueza grande?
INF Olhe, isto, [pausa] antigamente até diziam, nós chamamos madorras, mas [pausa] nos livros e coisa – que até espanhóis, eu já fui lá mostrar aos espanhóis – chamam-lhe madorras porque têm tem lá [pausa] montes, que era dos mouros. Ali, há alguns há uns tempos, tra- travaram guerras.
INQ1 Mas ainda tem lá? Ainda lá estão?
INF Os madorros há.
INQ1 São uns montinhos de…?
INF São montões assim de terra, para cima… Tinha [pausa] pedras, à moda de [vocalização] de coiso. Bem, uns dizem que – mas aquilo diz que foi tudo aberto – diziam que antigamente [pausa] que, nas guerras, os [vocalização] dos mouros, não é, [pausa] que enterravam lá as, os os grandes. E depois faziam aqueles…
INQ2 Aqueles montes.
INF Têm Tem pedras, assim grandes. [vocalização] Bem, alguns já os desfizeram, mas ainda lá há muitos assim, com aqueles rasgos, e ainda com pedras [vocalização]… Mas havia muitos.
INQ1 Mas já estão todos escangalhados?
INF Não, ainda há muitos que não. Os montes de terra
INQ1 Ainda lá existem.
INF [vocalização] ainda se
INQ1 Mas é assim um plano grande, é?
INF Lá é. [vocalização] É plano, é. É mais praino do que isto aqui. [pausa] Ah, vai lá o carro!
INQ1 Ah, eu gostava bem de ver!
INF Olhe, vocês querem ir ver?
INQ1 Se nos sobrar tempo.
INF [vocalização] Vocês, se quiserem ir ver, não se enganam nada. Vocês chegam ao Pópulo, [pausa] há lá um há lá um restaurante [pausa] e há a garagem do C- do Agripa. Ora bom, [pausa] quem vai daqui, antes de chegar ao Agripa, há uma estrada florestal para cima. Metem-se por essa estrada fora…
INQ2 Mas para a direita, então?
INQ1 Não.
INF Para a esquerda, para a esquerda.
INQ2 Para a esquerda, para a esquerda.
INF Vocês metem-se por essa estrada acima, [pausa] vocês vão ter… Lá vêem vê as pla- as plainas e lá vêem vê os tais ma- [pausa] madorros, os montões.
INQ2 Madorros.