PVC10

Porto de Vacas, excerto 10

LocalidadePorto de Vacas (Pampilhosa da Serra, Coimbra)
AssuntoA oliveira, a azeitona e o azeite
Informante(s) Benedito

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INQ Havia assim uma vara, não era? Assim em madeira comprida, que estava no, estava encaixada no, na parede?

INF Pois. [pausa] Pois. Isto a Isto a a vara Faz de conta que ele isto é isto aqui é o fuso.

INQ Sim senhor.

INF E aqui dentro a vara v-, vinha vinha de cima da pare- do agulhadouro, que ch- chamava a gente

INQ Como é que chamava?

INF O agulhadouro, onde agulhava a vara, ele tinha A vara era furada e metia-se-lhe [vocalização] uma coisa para a segurar. No Conforme estava além, assim metida na parede, e tinha ali umas pedras grandes, assim com um furo, e que metia-se assim uma coisa assim bem justinha, como é que é, ou como é que fosse ou podia ser de ferro ou de ou de madeira, ou coisa, mas tinha que ser uma uma coisa forte. E faz-se

INQ Mas o agulhadouro era aquela parte onde encaixava ou era aquele pau?

INF Era onde encaixava Era onde encaixava no cimo.

INQ Onde encaixava.

INF No No lugar donde donde seguia a vara para baixo.

INQ Sim senhor.

INF E aqui, isto é o enseiradoiro, ele aqui como a gente chamava, ou o alguergue

INQ Que aqui é o enseira- O enseiradoiro, que era o quê?

INF Onde se metia a massa dentro das seiras; e depois a vara descia-se para baixo [pausa] e apertava aqui e é que se punha

INQ Portanto, é esta coisa assim redonda que tinha um, um rego à volta?

INF Sim, sim.

INQ É o dois.

INF Isto, isto Este é o dois. É o, é Este, faz de conta, é aqui é que era é que era o Mas a vara [pausa] A gente punha aqui as seirinhas redo redondas, por

INQ As se-, as várias seiras, quatro ou cinco

INF Eu punha duas ou três ou quatro, e depois punha-lhe assim uns uns malhais de madeira, assim, por exemplo, quadrados, por exemplo, desta largura mas um bocadinho mais compridos, assim desta largura, de cima duns dos outros, até chegar à vara, e depois a gente começava a descer a vara, porque o fu- Tinha o fuso, tem aqui Tinha aqui o fuso e a isto é fa- chamávamos nós a tranca. O fuso [vocalização] trabalhava dentro de uma concha aqui na, na na ponta da vara levava umas roscas, não é? ,

INQ Sim, sim.

INF que chamávamos nós a concha, começava a Tanto levava acima, como trazia para baixo. A gente, ia mete-, ia sem-, ele pa- para enseirar, levava a vara acima e metia as seiras, ia enchendo, e metia em metade das seiras que pertenciam Tra- Vínhamos então, púnhamos então os malhais de cima das seiras, começávamos a descer a vara lentamente, lentamente, conforme íamos dando o apoio, conforme ia aguentando; e depois, em estando aquilo bem rijo, estava meio espremido, tinha aqui por baixo ainda outro contrapeso, no fundo do fu- do fuso. [pausa] Chamávamos nós o

INQ Uma? Uma pedra grande?

INF Uma pedra grande, que ele [vocalização] está aqui desenhada que eu, que eu eu não sei

INQ Pois, que era o contrapeso?

INF Era o contrapeso. Púnhamos no fu-. [vocalização] Punha Tinha aqui também um buraco e púnhamos-lhe uma chave [pausa] coisa na, no fuso no fundo do fuso que está aqui o buraco também ,

INQ Sim senhor.

INF e a gente metia uma chave e ela ist- A gente ia dan- rolando com o fu-, ou com a com a tranca em volta, e o fuso ia-a puxando acima, até que isto ficava na ponta da na ponta da vara, e fazíamos uma coisa que dava o último aperto à azeitona.

INQ Sim senhor.


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